São Paulo, terça-feira, 17 de novembro de 2009

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Mercado Aberto

MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br

Moinhos brasileiros vão em busca de trigo do Uruguai

Política de intervenção do governo e problemas climáticos estão diminuindo a importância argentina nas exportações de trigo. Isso forçou a indústria brasileira a buscar novos mercados. Ontem, representantes de 18 moinhos desembarcaram no Uruguai para avaliar a qualidade do produto que começa a ser colhido nas próximas semanas.
O Uruguai tem aumentado a produção de trigo, inclusive registrando presença maior de produtores argentinos no país, que fogem das amarras impostas pelo governo da Argentina.
O Brasil quer fechar contratos com os produtores do Uruguai para suprir parte das necessidades de importações brasileiras, que ficam próximas de 60% do consumo nacional.
Os uruguaios devem produzir de 1,8 milhão a 1,9 milhão de toneladas nesta safra e dispõem de 1,5 milhão de toneladas para exportação. Esse volume corresponde a 25% das necessidades de compra do Brasil.
Os argentinos, que chegaram a produzir 16,3 milhões de toneladas de trigo há duas safras, devem colocar apenas 8 milhões de toneladas no mercado na safra 2009/10.
Sem o trigo argentino, tradicional fornecedor, os moinhos brasileiros devem aumentar as compras também nos EUA, no Canadá e no Leste Europeu.
Os 18 moinhos que estão verificando o trigo uruguaio respondem por quase 70% da produção brasileira de farinha de trigo. O Brasil está produzindo um bom volume de trigo nesta safra, mas parte do produto foi prejudicada pelo excesso de chuvas na reta final da colheita no Paraná.

ÁGUA DO MAR ENGARRAFADA

Sem conseguir vender água dessalinizada no Brasil por falta de registro, a fabricante Aquamare busca negócios no exterior. A empresa voltou de uma feira mundial de alimentação em Miami, na semana passada, e já planeja fechar a fábrica do Brasil e abrir nos EUA caso os negócios prospectados se concretizem, segundo Rolando Viviani Junior, da Aquamare.
"O Brasil não é mais nossa prioridade, por causa da burocracia. Queremos ir agora para onde há oportunidades", afirma.
Com fábrica instalada há dois anos, a empresa nunca vendeu para o mercado brasileiro, pois não há um registro específico para água dessalinizada no país. Hoje a unidade opera com 10% da sua capacidade, apenas para produzir amostras do produto.
A meta da Aquamare é vender 1 milhão de copos de 310 ml do produto nos EUA por mês em 2010. A empresa também negocia parcerias nos mercados europeu e asiático.

LIMPO

Após R$ 60 milhões de investimento e dez anos de projeto, o descarte de esgoto no rio Itapemirim, no município de Cachoeiro de Itapemirim (ES), chegou ao fim. O projeto foi desenvolvido pela Foz do Brasil, empresa de saneamento do Grupo Odebrecht, que recebeu o Prêmio Nacional da Qualidade em Saneamento 2009 pelo trabalho. Presente hoje em 19 municípios, a empresa planeja investimentos de R$ 3,6 bilhões em cinco anos. "Vamos participar das licitações de projetos de infraestrutura nessa área", afirma Reis.

REFRIGERANTE 1
A Afrebras (associação dos fabricantes de refrigerantes) divulgou nota ontem para afirmar em nome de pequenos fabricantes "que não é surpresa que a AmBev tenha se beneficiado com a nova legislação que regula o PIS e a Cofins do setor desde 2004".

REFRIGERANTE 2
Segundo a entidade, a lei supostamente encomendada prejudicou a concorrência do setor ao requerer o recolhimento antecipado de PIS e Cofins na compra da embalagem, afetando o caixa das pequenas empresas. A AmBev não comentou a nota.

NO AR
O Conselho de Administração da TAM ainda não definiu o nome do presidente definitivo da companhia. Há rumores de que o sucessor será da própria TAM. A disputa está entre o presidente interino e diretor de finanças, Líbano Barroso, e o diretor comercial e de planejamento, Paulo Castello Branco.

SOBREVIDA 1
O deputado e presidente da CPI das Tarifas de Energia Elétrica, Eduardo da Fonte (PP-PE), vai pedir hoje ao presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP), a interrupção da contagem de prazo para a conclusão do relatório da comissão. O objetivo da CPI é pressionar a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e o governo, por tabela, a entregar o relatório com os valores pagos a mais pelos consumidores às 63 distribuidoras do país. O prazo para isso venceu na quinta da semana passada.

SOBREVIDA 2
Os integrantes da CPI também querem saber como a Aneel vai resolver a questão da devolução dos valores que foram cobrados de forma indevida dos consumidores. Essa iniciativa da comissão pode alongar o tempo de vida da CPI, algo que o governo não quer -sobretudo agora depois de um apagão ainda não muito bem explicado.


com JOANA CUNHA, MARINA GAZZONI e MAURO ZAFALON


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