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Mercado Aberto
MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br
Moinhos brasileiros vão em busca de trigo do Uruguai
Política de intervenção do
governo e problemas climáticos estão diminuindo a importância argentina nas exportações de trigo. Isso forçou a indústria brasileira a buscar novos mercados. Ontem, representantes de 18 moinhos desembarcaram no Uruguai para
avaliar a qualidade do produto
que começa a ser colhido nas
próximas semanas.
O Uruguai tem aumentado a
produção de trigo, inclusive registrando presença maior de
produtores argentinos no país,
que fogem das amarras impostas pelo governo da Argentina.
O Brasil quer fechar contratos com os produtores do Uruguai para suprir parte das necessidades de importações brasileiras, que ficam próximas de
60% do consumo nacional.
Os uruguaios devem produzir de 1,8 milhão a 1,9 milhão de
toneladas nesta safra e dispõem de 1,5 milhão de toneladas para exportação. Esse volume corresponde a 25% das necessidades de compra do Brasil.
Os argentinos, que chegaram
a produzir 16,3 milhões de toneladas de trigo há duas safras,
devem colocar apenas 8 milhões de toneladas no mercado
na safra 2009/10.
Sem o trigo argentino, tradicional fornecedor, os moinhos
brasileiros devem aumentar as
compras também nos EUA, no
Canadá e no Leste Europeu.
Os 18 moinhos que estão verificando o trigo uruguaio respondem por quase 70% da produção brasileira de farinha de
trigo. O Brasil está produzindo
um bom volume de trigo nesta
safra, mas parte do produto foi
prejudicada pelo excesso de
chuvas na reta final da colheita
no Paraná.
ÁGUA DO MAR
ENGARRAFADA
Sem conseguir vender
água dessalinizada no Brasil por falta de registro, a fabricante Aquamare busca
negócios no exterior. A empresa voltou de uma feira
mundial de alimentação
em Miami, na semana passada, e já planeja fechar a
fábrica do Brasil e abrir nos
EUA caso os negócios prospectados se concretizem,
segundo Rolando Viviani
Junior, da Aquamare.
"O Brasil não é mais nossa prioridade, por causa da
burocracia. Queremos ir
agora para onde há oportunidades", afirma.
Com fábrica instalada há
dois anos, a empresa nunca
vendeu para o mercado
brasileiro, pois não há um
registro específico para
água dessalinizada no país.
Hoje a unidade opera com
10% da sua capacidade,
apenas para produzir
amostras do produto.
A meta da Aquamare é
vender 1 milhão de copos
de 310 ml do produto nos
EUA por mês em 2010. A
empresa também negocia
parcerias nos mercados
europeu e asiático.
LIMPO
Após R$ 60 milhões de investimento e dez anos de projeto, o descarte de esgoto no rio Itapemirim, no município
de Cachoeiro de Itapemirim (ES), chegou ao fim. O projeto foi desenvolvido pela Foz do Brasil, empresa de saneamento do Grupo Odebrecht, que recebeu o Prêmio Nacional da Qualidade em Saneamento 2009 pelo trabalho.
Presente hoje em 19 municípios, a empresa planeja investimentos de R$ 3,6 bilhões em cinco anos. "Vamos participar das licitações de projetos de infraestrutura nessa
área", afirma Reis.
REFRIGERANTE 1
A Afrebras (associação dos
fabricantes de refrigerantes)
divulgou nota ontem para
afirmar em nome de pequenos fabricantes "que não é
surpresa que a AmBev tenha
se beneficiado com a nova legislação que regula o PIS e a
Cofins do setor desde 2004".
REFRIGERANTE 2
Segundo a entidade, a lei
supostamente encomendada
prejudicou a concorrência do
setor ao requerer o recolhimento antecipado de PIS e
Cofins na compra da embalagem, afetando o caixa das pequenas empresas. A AmBev
não comentou a nota.
NO AR
O Conselho de Administração da TAM ainda não definiu o nome do presidente definitivo da companhia. Há rumores de que o sucessor será
da própria TAM. A disputa
está entre o presidente interino e diretor de finanças, Líbano Barroso, e o diretor comercial e de planejamento,
Paulo Castello Branco.
SOBREVIDA 1
O deputado e presidente
da CPI das Tarifas de Energia Elétrica, Eduardo da
Fonte (PP-PE), vai pedir hoje ao presidente da Câmara
dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP), a interrupção da contagem de prazo
para a conclusão do relatório
da comissão. O objetivo da
CPI é pressionar a Aneel
(Agência Nacional de Energia Elétrica) e o governo, por
tabela, a entregar o relatório
com os valores pagos a mais
pelos consumidores às 63
distribuidoras do país. O
prazo para isso venceu na
quinta da semana passada.
SOBREVIDA 2
Os integrantes da CPI
também querem saber como
a Aneel vai resolver a questão da devolução dos valores
que foram cobrados de forma indevida dos consumidores. Essa iniciativa da comissão pode alongar o tempo de
vida da CPI, algo que o governo não quer -sobretudo
agora depois de um apagão
ainda não muito bem explicado.
com JOANA CUNHA, MARINA GAZZONI e MAURO ZAFALON
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