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MERCADO FINANCEIRO
Índice da Bolsa paulista atinge maior nível desde julho; analistas esperam alta da Selic amanhã
Bovespa sobe 1,95% e movimenta R$ 1,2 bi
DA REPORTAGEM LOCAL
Influenciada por outros mercados, a Bolsa de Valores de São
Paulo atingiu ontem o maior patamar desde julho, com 10.771
pontos. O Ibovespa, índice que
concentra as 55 ações mais negociadas do pregão paulista, encerrou o dia com alta de 1,95%.
Em um dia positivo para o dólar
e para os títulos externos brasileiros, os investidores se animaram,
e o volume financeiro ficou em R$
1,226 bilhão, dos quais R$ 583,867
milhões devido ao vencimento de
opções. Desde abril o volume do
exercício de opções não era tão
grande.
Telemar, papel de maior peso
no Ibovespa, foi a empresa com o
maior volume de opções exercidas, seguida pela Net e Itausa.
As maiores altas ficaram com os
setores que, de alguma forma, são
regulados pelo governo, como
energia e telecomunicações.
Para analistas, a alta sinaliza aumento de confiança na equipe do
próximo governo. "Muitos investidores venderam ações das empresas dependentes do Estado devido à incerteza no futuro. Hoje
elas podem representar uma boa
oportunidade, pois são monopolistas, e seus preços caíram muito
nos últimos meses", diz Carlos
Eduardo Ramos, gestor da ARX
Capital Management.
As desvalorizações da Bovespa
ficaram principalmente com as
empresas exportadoras, devido à
queda de 3,74% do dólar. Desde
meados de junho, com a alta da
moeda norte-americana, essas
companhias lideraram as altas da
Bolsa, por terem pelo menos parte da sua receita atrelada ao dólar.
Com a desvalorização, é esperado
que os preços se ajustem.
As maiores altas foram Net PN
(7,6%), Embratel Participações
PN (7,1%) e Tele Leste Celular PN
(6,8%). As maiores baixas ficaram
com Bradespar PN (3,6%), Usiminas PNA (3,4%), Tele Celular
Sul PN (1,4%) e Vale do Rio Doce
PNA (1,1%).
Juros
Para os papéis de curto prazo,
com vencimento em janeiro, os
juros fecharam com pequena alta
de 0,2%. Esse é um sinal de que os
investidores esperam que o Comitê de Política Monetária promova nova alta da Selic (taxa básica de juros) amanhã, quando termina a última reunião deste ano.
Para os contratos com vencimento em abril, os juros fecharam em
queda de um ponto percentual.
(GEORGIA CARAPETKOV)
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