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CONTAS VIGIADAS
Na Justiça, Geoplan obtém acesso a cotas de fundo que tinha no banco; ela é controlada pelo Bank of America
Empresa ganha direito a resgate do Santos
GUILHERME BARROS
EDITOR DO PAINEL S.A.
O Bank of America está prestes
a comprar uma briga com os interventores do Banco Central no
Banco Santos. A Geoplan, empresa de saneamento controlada pelo
Bank of America, ganhou na Justiça Federal o direito de resgatar
suas cotas administradas num
dos fundos do Banco Santos.
Em 22 de dezembro de 2004, o
valor das cotas do Fundo Virtual
FAQ correspondia a R$ 1,258 milhão, que foi o valor da aplicação
da Geoplan. Ontem, a Geoplan foi
informada pelo advogado Almir
Bastos, da equipe de intervenção
do Banco Central no Banco Santos, que seriam depositados hoje
apenas R$ 25 mil na conta da empresa para cumprir a determinação da Justiça. O resto do dinheiro
virou pó.
O advogado Gustavo Buffara,
que representa a Geoplan, considera ilegal a decisão do BC e afirmou que, hoje, irá pedir à Justiça
Federal que interceda na decisão.
Segundo Buffara, o interventor do
Banco Central no Banco Santos
teria de levar em conta a última
cotação do fundo publicada pela
instituição, que foi no dia 22 de
novembro, e não o valor da cota
depois da intervenção. "A repactuação das cotas é ilegal", afirma
Buffara.
De acordo com o que a Folha
apurou com o Banco Central, o
grande problema é que ele não
pode pagar apenas um cotista e
sacrificar todos os demais, já que
as cotas estavam com o valor inflado antes da intervenção. "Nós
temos de trabalhar com o sonho,
e não com a realidade", afirmou
Almir Bastos ao advogado da
Geoplan. As garantias das aplicações nos fundos eram precárias e,
por isso, as cotas dos fundos se
desvalorizaram tanto. O Banco
Santos, como administrador dos
fundos, deverá entrar nos próximos dias com uma ação contra
todos os seus devedores.
Interventor
A situação atual do Banco Santos é semelhante à enfrentada pela
Argentina: está nas mãos dos credores a solução -ou não- da
crise enfrentada pela instituição
sob intervenção do Banco Central
desde novembro. A avaliação é de
Vânio Aguiar, funcionário do BC
que comanda a intervenção. Está
sendo negociada com os credores
uma saída para convencê-los a
aceitar receber apenas uma parte
do que lhes é devido.
Colaborou Ney Hayashi da Cruz,
da Sucursal de Brasília
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