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Turbulência pode afetar o PIB, diz Mantega
LUCIANA OTONI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A crise imobiliária nos EUA e
os desdobramentos na economia mundial podem reduzir o
ritmo de crescimento do Brasil.
A avaliação foi feita pelo ministro Guido Mantega (Fazenda),
que diante do nervosismo dos
mercados internacionais considerou como um movimento
normal a saída de investidores
estrangeiros da Bovespa.
Nas duas primeiras semanas
deste ano, o saldo dos negócios
estrangeiros na Bolsa ficou negativo em R$ 1,88 bilhão. Em
todo o ano passado houve saída
de R$ 4,2 bilhões. Um dos fatores para a saída de recursos
neste ano são as incertezas em
relação à economia dos EUA.
"Para 2008, estamos trabalhando com crescimento de
5%. Acredito que podemos alcançar esse crescimento, um
pouco mais ou um pouco menos. Se houver uma desaceleração da economia mundial, pode
ser menos. Porém, a economia
brasileira não só está robusta
como vem com impulso forte
de 2007."
Guido Mantega disse que o
país está mais resistente para
enfrentar períodos de crise internacional. Ele reafirmou que
o governo irá cumprir a meta de
superávit primário (economia
para o pagamento de juros da
dívida pública) e que serão
mantidas as políticas de controle da inflação e de reforço
das reservas internacionais.
Também disse que o governo
fará o corte de R$ 20 bilhões de
despesa para adequação do Orçamento à extinção da CPMF.
Segundo ele, os solavancos
na economia mundial tendem a
ser freqüentes. "Continuaremos tendo alguma turbulência
ao longo do primeiro semestre,
mas a economia brasileira está
preparada para enfrentar esse
período. O que precisamos fazer é manter fundamentos sólidos, os fundamentos fiscais,
cumprir as metas de superávit
primário, o que significa fazer
os cortes que foram anunciados
nas despesas."
Nesse contexto, uma preocupação da área econômica é assegurar as condições para a expansão do PIB (Produto Interno Bruto) de forma que investimento privado, consumo das
famílias e lucratividade das empresas continuem em alta, contribuindo, diretamente, para a
permanência do aumento da
arrecadação de tributos.
Ele fez ainda uma avaliação
positiva da inflação, que, depois
de encerrar 2006 em 3,14%, fechou 2007 em 4,46%. Mantega
salientou que, embora os preços tenham registrado aumento no ano passado, a inflação no
Brasil continua abaixo dos percentuais registrados na China,
na Índia, na Rússia e no Chile.
Apesar da avaliação de Mantega, o governo federal teme
que uma crise nos Estados Unidos possa reduzir o fluxo de dólares para o país e prejudicar as
contas externas.
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