São Paulo, sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

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Turbulência pode afetar o PIB, diz Mantega

LUCIANA OTONI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A crise imobiliária nos EUA e os desdobramentos na economia mundial podem reduzir o ritmo de crescimento do Brasil. A avaliação foi feita pelo ministro Guido Mantega (Fazenda), que diante do nervosismo dos mercados internacionais considerou como um movimento normal a saída de investidores estrangeiros da Bovespa.
Nas duas primeiras semanas deste ano, o saldo dos negócios estrangeiros na Bolsa ficou negativo em R$ 1,88 bilhão. Em todo o ano passado houve saída de R$ 4,2 bilhões. Um dos fatores para a saída de recursos neste ano são as incertezas em relação à economia dos EUA.
"Para 2008, estamos trabalhando com crescimento de 5%. Acredito que podemos alcançar esse crescimento, um pouco mais ou um pouco menos. Se houver uma desaceleração da economia mundial, pode ser menos. Porém, a economia brasileira não só está robusta como vem com impulso forte de 2007."
Guido Mantega disse que o país está mais resistente para enfrentar períodos de crise internacional. Ele reafirmou que o governo irá cumprir a meta de superávit primário (economia para o pagamento de juros da dívida pública) e que serão mantidas as políticas de controle da inflação e de reforço das reservas internacionais.
Também disse que o governo fará o corte de R$ 20 bilhões de despesa para adequação do Orçamento à extinção da CPMF.
Segundo ele, os solavancos na economia mundial tendem a ser freqüentes. "Continuaremos tendo alguma turbulência ao longo do primeiro semestre, mas a economia brasileira está preparada para enfrentar esse período. O que precisamos fazer é manter fundamentos sólidos, os fundamentos fiscais, cumprir as metas de superávit primário, o que significa fazer os cortes que foram anunciados nas despesas."
Nesse contexto, uma preocupação da área econômica é assegurar as condições para a expansão do PIB (Produto Interno Bruto) de forma que investimento privado, consumo das famílias e lucratividade das empresas continuem em alta, contribuindo, diretamente, para a permanência do aumento da arrecadação de tributos.
Ele fez ainda uma avaliação positiva da inflação, que, depois de encerrar 2006 em 3,14%, fechou 2007 em 4,46%. Mantega salientou que, embora os preços tenham registrado aumento no ano passado, a inflação no Brasil continua abaixo dos percentuais registrados na China, na Índia, na Rússia e no Chile.
Apesar da avaliação de Mantega, o governo federal teme que uma crise nos Estados Unidos possa reduzir o fluxo de dólares para o país e prejudicar as contas externas.


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