São Paulo, sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

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Ministro já tem nomes para nova equipe

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Mesmo antes de tomar posse -o que deve ocorrer na segunda-feira-, o novo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, já falou em nomes para assumir cargos, em entrevista no ministério.
Citou Miguel Colasuonno, economista e ex-prefeito de São Paulo (1972-1974), e Márcio Zimmermann, engenheiro, atual secretário de Planejamento Energético do ministério e técnico do setor.
Colasuonno é filiado ao PMDB, já foi aliado de Paulo Maluf e hoje é mais ligado a Michel Temer, presidente nacional do partido, e ao ex-governador paulista Orestes Quércia.
Zimmermann é um técnico de confiança da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) e já esteve cotado para assumir o ministério, quando o ex-ministro Silas Rondeau renunciou ao cargo. Agora, pode ocupar o cargo de secretário-executivo, o segundo posto mais importante no ministério.
Apesar de já falar em nomes para a equipe, o novo ministro disse que o ministério não foi entregue como "porteira fechada" (com todos os cargos do setor junto).
Segundo Lobão, as diretorias das estatais poderão ficar com outros partidos da base aliada, não necessariamente apenas com o PMDB.
"Miguel Colasuonno é um administrador de grande prestígio no Brasil. Ele tem condições de fazer parte de uma equipe de governo. Poderá vir a ser aproveitado em um órgão qualquer do ministério de Minas e Energia", disse Lobão.
A ida para o ministério é um prêmio de consolação para Colasuonno, que queria mesmo era assumir a presidência da central de abastecimento de São Paulo, a Ceagesp. O problema é que o grupo ligado ao deputado federal petista João Paulo Cunha, que controla o órgão, bateu o pé.
Na semana passada, Cunha e Temer conversaram em Brasília com o ministro das Relações Institucionais, José Múcio, e acertaram que o Ceagesp continuará petista e que o peemedebista irá integrar a equipe de Lobão.
Questionado sobre a manutenção de Márcio Zimmermann no ministério, Lobão disse que ele já ocupa um cargo importante e poderá mudar de posição. "É um dos nomes que estão cotados para a secretaria-executiva", afirmou. "Portanto, haverá um "upgrade" para ele, se ele for nomeado."
Lobão disse que o presidente Lula deu liberdade para a formação da equipe e que Dilma Rousseff não pediu a manutenção de nenhum secretário. "Esse ministério não será de porteira fechada. O ministro é do PMDB, muitos cargos serão ocupados por técnicos indicados pelo PMDB, mas haverá também diretores de estatais de outros partidos", disse.

Hubner
O ex-ministro interino de Minas e Energia, Nelson Hubner, continuará no governo federal, a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele não aceitou ficar como secretário-executivo de Edison Lobão para dar mais liberdade ao novo ministro.
"Vocês [jornalistas] iam falar "tá vendo, o ministro assumiu mas não assumiu, porque o secretário-executivo é o que era ministro, é do grupo da ministra Dilma". Isso não é bom. Ele [Lobão] tem toda a condição de ter uma gestão profissional e boa no ministério", afirmou Hubner, outro técnico do setor ligado a Dilma Rousseff.
Hubner não informou para onde irá, mas o governo poderá encaixá-lo em uma estatal do setor, assessorando a Casa Civil, ou na EPE (Empresa de Pesquisa Energética). Na Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), só abrem vagas em janeiro do ano que vem, quando vence o mandato de Jerson Kelman e Hubner passará a ser forte candidato à vaga.
(HUMBERTO MEDINA)

Colaborou FÁBIO ZANINI, da Sucursal de Brasília


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