DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Alvos do pacote tributário anunciado pelo governo para compensar o fim da CPMF, a arrecadação com o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e a CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido), pagos por instituições financeiras, registrou crescimento no ano passado.
A Receita anunciou ontem que arrecadou R$ 7,9 bilhões com o IOF em 2007, um resultado 11,5% maior que no ano anterior. Já os bancos pagaram 60% mais de CSLL no ano, somando R$ 4,8 bilhões. A arrecadação total com a CSLL foi de R$ 35,1 bilhões, valor 19% superior que em 2006.
O secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, disse diversas vezes que não houve aumento de alíquotas no ano passado. Mas, nos primeiros dias de janeiro, o governo anunciou um pacote tributário para compensar a perda da CPMF, com aumento de IOF em 0,38 ponto percentual, além de duplicar a alíquota para pessoas físicas para 3% ao ano. A CSLL para o setor financeiro subiu de 9% para 15%.

Previsão conservadora
Rachid admitiu ser conservadora a previsão da equipe econômica do governo de aumentar a arrecadação com o IOF em R$ 8 bilhões neste ano, considerando que diversos setores tinham isenção do tributo. E, com a CSLL, em R$ 2 bilhões. "Esse é o nosso papel. Nós não podemos errar nas previsões, os especialistas podem", afirmou o secretário.
Gustavo Zimmermann, economista especializado em tributação da Unicamp, é ainda mais pessimista que o secretário. Ele acredita que a crise financeira dos Estados Unidos pode afetar a economia real no Brasil. E, com isso, a arrecadação não manteria esse crescimento de cerca de 12%, como ocorreu no ano passado.
"Aposto que vem mais aumento de impostos por aí. Não acredito que o Brasil será uma ilha de tranqüilidade no meio do mar revolto", afirmou o economista da Unicamp.


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