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Menos qualificados têm 85% das vagas
Maior parte do 1,6 milhão de postos criados em 2007 ficou com trabalhadores com escolaridade até o ensino médio completo
Estado de São Paulo foi responsável por uma em cada três vagas abertas no ano passado; resultado no país foi o melhor da história
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Estado de São Paulo gerou
no ano passado 611.539 empregos com carteira assinada, superando seu próprio recorde de
unidade da Federação que mais
cria vagas formais no país. Pelo
menos uma em cada três vagas
abertas no país em 2007 foi registrada no mercado de trabalho paulista.
Ontem, o Ministério do Trabalho confirmou que o ano passado foi o melhor para o emprego formal nos últimos 15 anos.
Foi gerado 1,617 milhão de postos, dos quais 85% foram ocupados por trabalhadores com
escolaridade até o ensino médio completo. A Folha apurou
ainda que a renda média dos
trabalhadores contratados no
mercado formal ficou em R$
643, o que representa um aumento real de 3,12% em relação à dos admitidos em 2006.
O resultado do mercado formal de 2007, antecipado pelo
governo no começo da semana,
ultrapassou a marca histórica
de 2004, ano em que o mercado de trabalho contabilizou a
abertura de 1,523 milhão de
empregos. No caso do mercado
de São Paulo, o recorde anterior também havia ocorrido em
2004, com o saldo líquido de
497.652 empregos.
Nas projeções do Ministério
do Trabalho, neste ano deverá
ser criado mais 1,8 milhão de
postos. "Sou mais otimista que
os meus técnicos e acho que
pode chegar a 2 milhões", declarou o ministro Carlos Lupi.
Na avaliação dele, nem mesmo os riscos de uma recessão
na economia americana deverão afetar a geração de empregos no Brasil. "Não afirmo que
não vai afetar de jeito nenhum.
É preocupante, mas o Brasil
hoje não depende tanto dos
americanos porque a demanda
interna é muito forte."
Os dados divulgados ontem
fazem parte do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). O cadastro reúne informações sobre todos os
trabalhadores formais, exceto
funcionários públicos e empregados domésticos. O levantamento é feito pelo ministério,
mensalmente, desde 1992.
Para o economista da LCA
Consultoria Fábio Romão, os
números vultosos de 2007 já
eram esperados, embora a última previsão da consultoria
apontasse para uma geração líquida de 1,689 milhão. Ele explica que, diante da aceleração
nas contratações entre setembro e novembro, os analistas
esperavam que o saldo negativo de dezembro fosse menor.
No mês passado, as demissões superaram as contratações em 319.414 vagas. A retração do mercado de trabalho é
normal nos meses de dezembro, pois há concentração de
demissões por conta das contratações temporárias. "Mas
essas demissões não indicam
uma tendência de desaceleração do mercado. Seria cedo para falar nisso", afirma Romão.
Para 2008, a LCA prevê criação
de 1,550 milhão de vagas.
Setores
O setor que mais gerou empregos em termos absolutos, de
acordo com o Caged, foi o de
serviços. Foram 587.103 novos
postos, o que é um recorde histórico. Em segundo lugar, aparece o comércio, com a criação
de 405.091 empregos. Na terceira posição, vem a indústria
da transformação, que apresentou resultado de 394.584
postos.
A construção civil surpreendeu e, em termos relativos, foi o
setor com a maior taxa de crescimento. No ano, foram gerados 176.755 empregos, quase o
dobro do número apurado em
2006. Para o presidente do SindusCon-SP, João Cláudio Robusti, o resultado "comprova o
bom momento do setor". A entidade destaca que o Estado de
São Paulo foi o que mais gerou
empregos na construção civil,
compensando outras localidades em que o saldo foi negativo.
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