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Negociação da MMX deve movimentar R$ 9,7 bilhões
Eike Batista assina contrato inicial com Anglo American
RAQUEL ABRANTES
DA SUCURSAL DO RIO
A MMX Mineração e Metálicos, do empresário Eike Batista, anunciou ontem a assinatura de contrato preliminar com
o grupo Anglo American para a
venda de parte da empresa. O
negócio pode atingir US$ 5,5
bilhões (R$ 9,7 bilhões).
A operação, antecipada pela
Folha na semana passada, será
concluída em 90 dias e terá três
etapas, começando pela divisão
da companhia em três empresas: uma nova MMX; a LLX (até
então braço de logística, que terá capital aberto); e a Newco
-cujo controle, 68% das ações,
será vendido na segunda parte
da transação para a Anglo American por R$ 3,74 bilhões. A
Newco e a LLX serão listadas
no Novo Mercado da Bovespa.
A última etapa prevê a oferta
de "tag along" (compra das
ações pelo mesmo valor pago
aos controladores) da Anglo
aos minoritários da Newco, que
terá a estrutura acionária atual
da MMX. Se todos aceitarem a
proposta, de US$ 316,12 por
ação, o valor da compra chegará
a US$ 5,5 bilhões.
Os minoritários da MMX,
após a divisão da empresa, receberão uma ação da LLX e
uma da Newco por papel da
empresa de Eike Batista. As
ações da LLX, referentes às
participações portuárias do
grupo, somam 85% da empresa
de logística (os outros 15% foram comprados por fundo de
pensão canadense em 2007).
A Newco terá a participação
da MMX em duas das quatro
principais minas da companhia, a MMX Amapá e a MMX
Minas-Rio (dona das minas em
Minas Gerais e do minerioduto
que transporta o minério até o
Porto do Açu). A MMX continua com participação de 51%
no Porto do Açu e a Anglo American, com a fatia atual, de 49%.
"Depois de comprar o controle da Newco, a Anglo vai
consolidar 100% na MMX Minas-Rio e vai comprar 70% da
MMX Amapá [os outros 30%
são de uma mineradora americana], além de deter 100% da
Amapá Metálicos e 50% da pelotização", disse o diretor jurídico da MMX, Paulo Gouvêa.
A LLX fica com 51% da LLX
Minas Rio e 70% de outros portos. Já a nova MMX fica com o
Sistema Corumbá, mineração
metálica, 100% da mineradora
AVG, 100% da Minerminas, royalties e 50% da pelotização.
"Com a Anglo e essa divisão
da logística, o minério que vai
passar pelo porto passa a ser
uma receita inicial e contínua.
A Anglo já está pensando em
aumentar a capacidade da mina, conseqüentemente gerando caixa para a LLX, que ficou
dentro do grupo. É uma operação em que um depende do outro", disse Eike Batista, que
presidirá o conselho da Newco.
O valor de mercado da MMX
hoje é de US$ 7,5 bilhões e o da
nova MMX, após a reestruturação, será de US$ 2 bilhões. Batista pretende fazer, meio a
meio com a Anglo, uma planta
de pelotização de 7,5 milhões
de toneladas em 2012, aliada à
expansão do minerioduto.
A Anglo American relata que,
além de pagar US$ 5,5 bilhões
por 100% das ações emitidas e a
emitir da Newco, também remeterá royalties à MMX a partir de 2025, com relação ao projeto Minas-Rio, e de 2023, com
relação ao projeto Amapá.
"Esses dois projetos estão em
sintonia com a estratégia da
Anglo American e [...] irão aumentar significativamente
nossa participação no mercado
de minério de ferro transportados por via marítima", disse em
nota a presidente da empresa,
Cynthia Carroll.
Energia
A oferta primária de ações da MPX Energia, empresa do grupo EBX, também de Eike Batista, captou R$ 2,03 bilhões.
Com o Valor Online
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