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Donos da Gol têm 3 dias para dar garantia e levar estrada
BRVias havia sido inabilitada após vencer leilão
AGNALDO BRITO
DA REPORTAGEM LOCAL
A família Constantino, controladora da Gol Linhas Aéreas,
tem três dias a partir de hoje
para apresentar garantias reais
no valor de R$ 289 milhões e
reverter a decisão da comissão
de licitação da Artesp (Agência
Reguladora de Serviços Públicos de Transportes) de inabilitar a concessionária BRVias
vencedora do leilão do trecho
oeste da Rodovia Marechal
Rondon. A oferta da Artesp já é
considerada o "limite do limite" para viabilizar a concessão.
Ontem, a agência publicou
decisão em que recusa os argumentos apresentados pela
BRVias e mantém a inabilitação anunciada em janeiro.
Apenas o Grupo Constantino
será instado a apresentar garantias, já que os sócios Splice e
Walter Torres não estão oficializados na proposta. Questionada, a BRVias vai aguardar ofício para se pronunciar.
A empresa havia vencido o
leilão de concessões rodoviárias realizado em outubro de
2008, mas não conseguiu obter
carta bancária assegurando
empréstimo para bancar investimentos e outorga no primeiro
ano da concessão. A agência
confirmou os demais vencedores, como a Triunfo, que assume a Ayrton Senna, a Odebrecht, com a D. Pedro 1º, a Invepar/OAS, com a Raposo Tavares, e o consórcio Brasinfra,
com a Marechal Rondon Leste.
Os contratos devem ser assinados até o fim de março.
A nova avaliação sobre a capacidade financeira da BRVias
será feita pela direção geral da
Artesp. "Estamos indo no limite do limite para salvar a proposta da BR Vias", disse Carlos
Eduardo Sampaio Doria, diretor-geral da Artesp.
A agência alega que isso só foi
possível porque a proposta da
BRVias sugere que os controladores podem aportar garantias
próprias exigidas em contrato.
"Como eles dizem que o grupo
tem garantias, queremos que
elas sejam apresentadas formalmente. Podem ser ações,
uma conta bancária, algo real."
Interesse público
O diretor-geral alegou "interesse público" para a decisão de
intervir no caso. De acordo com
ele, o segundo colocado, a TPI
-Triunfo Participações, teria
problemas em assumir outra
concessão e o terceiro ofertou
tarifa 17% superior em relação
à vencedora, o que implicaria
valores de pedágios muito altos
para os usuários.
Por isso, a tentativa de viabilizar a proposta da BRVias justifica a Artesp.
Doria informou que chegou a
considerar a hipótese de chamar os consórcios colocados na
segunda e terceira colocações e
impor a esses o preço ofertado
pela BRVias. A ideia foi abandonada por falta de sustentação
jurídica.
"Quando percebi que a
BRVias teria problemas em
apresentar a garantia de curto
prazo exigida em edital, comecei a considerar a hipótese de
chamar o segundo ou o terceiro
colocados e verificar se era possível exigir que assumissem o
trecho com o preço do vencedor. Mas não há base legal para
impor isso", afirmou.
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