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Gradiente pode voltar
a operar, diz sindicato
Ações sobem após encontro de Lula com Staub
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
As ações da Gradiente fecharam ontem em alta de 4,06%,
cotadas a R$ 2,05, após um encontro entre o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva e o empresário Eugenio Staub, proprietário da fabricante de eletroeletrônicos e um dos primeiros a
apoiar sua candidatura.
A Bovespa encerrou os negócios com queda de 4,77%. Ao
longo do dia, os papéis da Gradiente chegaram a disparar
10,66%. Em um ano, as ações
acumulam queda de 71%.
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas, a empresa comunicou aos funcionários que voltará a operar em
abril. Ela entregou um pedido à
Suframa (Superintendência da
Zona Franca de Manaus) no
ano passado para criar uma nova empresa, denominada Companhia Brasileira de Tecnologia Digital. A lista de sócios inclui o sobrenome Staub: Carlos
Eduardo Staub Filho e Ricardo
Emilie Staub. Além deles, Carlos Eduardo Pitta e Marcelo
Canecchio Ribeiro.
De acordo com Oldemar
Ianck, superintendente-adjunto de Projetos da Suframa, a
ideia é que a nova empresa alugue as instalações da Gradiente
para a fabricação de notebooks,
DVDs, TVs com tela de cristal
líquido e home theater. Com os
recursos do aluguel, a Gradiente poderia pagar as dívidas com
funcionários. O investimento
fixo previsto era de US$ 18,833
milhões, com investimento total de US$ 31,449 milhões. O
projeto prevê a participação de
245 funcionários.
Segundo a Suframa, assim
que tiver os documentos disponíveis a empresa pode apresentar novo projeto para avaliação
do conselho de administração
do órgão. A próxima reunião
está marcada para o dia 6 de
março. Se obtiver a aprovação,
o próximo passo é obter laudos
de implementação e operação e
dar início à produção.
A Gradiente tem uma dívida
estimada em mais de R$ 280
milhões. A empresa está em
crise desde o final de 2007,
atualmente a fábrica está parada, mas os funcionários estão
em licença-remunerada. Segundo o sindicato, a Gradiente
emprega hoje 195 pessoas. Outras 302 ainda tentam receber
recursos referentes a demissões realizadas no ano passado.
A empresa tenta renegociar
as dívidas com bancos privados
e um auxílio do BNDES. De
acordo com o banco, a empresa
não entrou com pedido de financiamento.
Em 2008, representantes da
empresa chegaram a negociar
um empréstimo com o banco.
Em situações como estas, o
BNDES exige a reestruturação
da empresa, o que poderia incluir a presença de um novo sócio, mas a negociação não avançou. Em 2006, a Gradiente obteve empréstimo de R$ 63 milhões para a compra da Philco.
A operação ainda está na fase
de pagamento. Um lote de televisores embargado pela Justiça
em janeiro para pagar dívidas
com funcionários começou a
ser vendido pelo Magazine Luiza. Os recursos serão usados
para dívidas trabalhistas.
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