São Paulo, quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

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Com corte do IPI, venda de veículos já se aproxima do nível de 2008

DO ENVIADO ESPECIAL A FLORIANÓPOLIS
DA REPORTAGEM LOCAL

Com a redução do IPI e a retomada da oferta de crédito, o mercado está voltando ao patamar do ano passado. Nos primeiros 45 dias deste ano, foram vendidos 301,5 mil automóveis e comerciais leves no país, apenas 500 a menos do que no mesmo período de 2008.
"Esse resultado mostra que 2009 deve ser um ano bom, mas o segundo trimestre será crítico para a indústria automobilística. Quem está comprando agora está antecipando a compra", afirmou Jaime Ardila, presidente da General Motors do Brasil, na apresentação do Vectra Next Edition, ontem. Ardila diz acreditar que a redução do IPI, prevista para terminar em 31 de março, não deverá ser prorrogada. "As montadoras e a Anfavea [associação dos fabricantes de veículos] estão pressionando o governo, mas ele não deve ceder."
Para aproveitar o período de vigência do IPI reduzido, as montadoras planejam aumentar a produção e os estoques em março. O que não significa manter o quadro de funcionários das fábricas. "As montadoras devem mesmo aproveitar para produzir mais agora, enquanto o IPI está baixo. É claro que quem ousa pode ganhar ou perder. Mas o fato é que já temos demanda", avalia o consultor André Beer, ex-presidente da Anfavea.
Para o presidente da GM, outras medidas precisam ser tomadas para estimular o mercado. "Uma delas é a redução da taxa Selic. O Banco Central tem fôlego para reduzi-la para 10% ao ano. O governo também poderia retomar gradualmente a cobrança do IPI."
Enquanto isso não acontece, as financeiras aumentam o crédito e reduzem as taxas. Antes da crise, os juros para planos de 60 meses variavam de 1,3% a 1,4% ao mês.
"Chegaram a 1,9% [ao mês] em novembro, e hoje estão em 1,7%. Se estivessem entre 1,4% e 1,5% [ao mês], seriam mais atrativos para o consumidor", diz Ardila.

Joinville
Apesar dos efeitos da crise global, a GM afirma que não irá cancelar os projetos e os investimentos no país, apesar de ter prorrogado em seis meses as obras para a construção de uma nova fábrica de motores em Joinville (SC). "As fortes chuvas que caíram na região atrapalharam os serviços de terraplanagem", justifica Ardila. A inauguração agora está prevista para o início de 2010, após um investimento de US$ 200 milhões (R$ 454 milhões).
Essa quantia, porém, não faz parte dos US$ 13,4 bilhões emprestados à GM americana em dezembro. "O plano de reestruturação apresentado pela GM dos EUA não inclui o Brasil", finaliza Ardila.

Fenabrave
Na primeira quinzena deste mês, as vendas de automóveis e comerciais leves cresceram 7,43% em relação ao mesmo período de 2008, de acordo com a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores). Até anteontem, foram vendidas 109.258 unidades, volume 15,56% maior do que o registrado no mesmo período de janeiro passado. (FELIPE NÓBREGA E PAULO DE ARAUJO)


O jornalista FELIPE NÓBREGA viajou a convite da GM


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