São Paulo, quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

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Plano evitou nova Depressão, diz Obama

Presidente afirma que pacote de US$ 787 bi, que completou um ano, salvou 2 mi de empregos e preservará mais 1,5 mi neste ano

Discurso faz parte de estratégia de Obama para convencer os americanos do êxito do plano de estímulo em ano eleitoral


Kevin Lamarque/Reuters
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama (à direita), e o vice, Joe Biden, na Casa Branca

JANAINA LAGE
DE NOVA YORK

No aniversário de um ano do pacote de estímulo à economia de US$ 787 bilhões, o presidente dos EUA, Barack Obama, afirmou ontem que o plano preservou empregos, cortou impostos para a maioria dos americanos e impediu que o país mergulhasse em uma nova Grande Depressão.
O discurso de Obama faz parte de uma estratégia do governo para convencer os americanos quanto ao êxito do pacote. Pesquisas mostram que a maioria dos entrevistados se opõe ao plano. Apenas 6% dos americanos, segundo o CBS News/ "New York Times", avaliam que ele gerou empregos.
Em ano de eleições legislativas, os democratas correm para preservar a maioria na Câmara dos Representantes e no Senado, após derrotas políticas e anúncios de democratas que não pretendem concorrer.
Representantes do governo, incluindo o vice-presidente Joe Biden, estão fazendo viagens a diferentes partes do país para promover projetos custeados com recursos do pacote.
Nos cálculos da Casa Branca, o pacote ajudará a preservar ou criar um total de 1,5 milhão de empregos neste ano. O saldo do governo até agora é de 2 milhões de empregos salvos. Nas contas da Casa Branca, o corte de impostos previsto no pacote atingiu 95% dos americanos.
"Um ano depois, é em grande parte graças ao Recovery Act [nome do pacote] que uma segunda depressão não é mais uma possibilidade. Essa é uma das principais razões para a economia ter passado de uma retração da ordem de 6% para um crescimento de cerca de 6%", disse Obama.
Apesar da campanha a favor dos efeitos do plano, o presidente reconhece que nem todos os americanos foram beneficiados. "Milhões de americanos ainda estão lutando para fechar as contas no fim do mês. Então ainda não se percebe muito uma recuperação. Entendo isso. É por isso que vamos continuar a fazer de tudo para a economia crescer."
A taxa de desemprego de janeiro ficou em 9,7%, um patamar superior ao de um ano atrás, de 7,7%, quando o Congresso ainda discutia a aprovação do plano. Apesar do desemprego elevado, o crescimento da economia a partir do terceiro trimestre aumentou as expectativas de um efeito positivo no mercado de trabalho.
A oposição argumenta que o desemprego subiu e o plano ajudou a alavancar gastos públicos, o que impulsiona o deficit. O Escritório de Orçamento do Congresso revisou sua estimativa de custos do plano para US$ 862 bilhões.
Até agora, já foram gastos US$ 179 bilhões com recursos do plano, o equivalente a 23% do valor original do pacote. O corte de impostos soma US$ 93 bilhões.
A oposição afirma que o pacote não contribuiu para gerar empregos e ajudou a aprofundar o deficit americano. Dados divulgados ontem mostram que, em janeiro, o deficit ficou em US$ 42,63 bilhões, um resultado melhor do que o de igual período do ano passado. Apesar disso, os quatro primeiros meses do ano fiscal de 2010, iniciado em outubro, já somam US$ 430,69 bilhões, o que representa alta de 9% em relação a igual período do ano anterior.
"No primeiro ano do pacote de estímulo trilionário, os americanos perderam milhões de empregos, a taxa de desemprego continua próxima de 10%, o deficit continua a decolar e estamos inundados de histórias de desperdício, fraude e abuso", afirmou o líder republicano no Senado, Mitch McConnell.


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