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GUERRA IMINENTE
Bolsas sobem e petróleo cai com hipótese de vitória rápida dos EUA, que cresceria no segundo semestre
Certeza de conflito impulsiona mercado
DA REDAÇÃO
Na fria lógica de Wall Street,
mais do que a guerra, a dúvida
acerca dela é que era o problema.
Removida a indefinição, os investidores voltaram ao mercado.
A hipótese de uma vitória rápida, que traria a possibilidade de
um crescimento econômico mais
acelerado no segundo semestre,
revigorou as principais Bolsas do
planeta, que tiveram um novo dia
de altas expressivas. Em um movimento sincronizado, as cotações do petróleo cederam, e os títulos do governo norte-americano recuaram, enquanto o dólar se
valorizou ante o euro.
"Os investidores estão agindo
baseados na idéia de que a guerra
será curta, e a vitória, fácil, o que
removeria as incertezas geopolíticas e abriria caminho para uma
melhora na economia", disse
Marc Chandler, estrategista de
câmbio do HSBC em Nova York.
O índice Dow Jones da Bolsa de
Nova York fechou em alta de
3,59% e voltou a ficar acima do
patamar de 8.000 pontos, tido pelos analistas como a "barreira do
pânico". Nos últimos dois meses,
o Dow Jones havia permanecido
quase que ininterruptamente
abaixo de tal nível, chegando a ficar perto de tocar seu mais baixo
nível desde a crise asiática (1997).
A Nasdaq, Bolsa de empresas
tecnológicas, subiu 3,88% e, depois de dois anos seguidos de perdas maciças, já acumula alta em
2003. O índice mais amplo Standard & Poor's, com as 500 principais empresas dos EUA, ganhou
3,54%.
Virada
A forte recuperação, na verdade, começou na quinta-feira passada, quando os EUA e o Reino
Unido já admitiam abandonar os
esforços diplomáticos para conquistar o apoio dos opositores ao
ataque contra o Iraque.
Desde o seu pico, em 2000, os
mercados mundiais passam por
uma severa queda, tida como um
ajuste após os anos de "exuberância irracional e "ganância infecciosa", como definiu Alan
Greenspan, o presidente do Federal Reserve (banco central norte-americano). Algumas ações acabaram tendo desvalorizações excessivas, no entender dos analistas, e a caça de pechinchas seria
uma das explicações para a recente retomada.
Outro fator que teria propiciado
a virada seria a ação dos especuladores que fazem venda a descoberto ("short-selling"). Esses investidores vendem ações emprestadas, apostando que elas cairão.
Mais tarde eles recompram os papéis, por um preço mais baixo, e
embolsam a diferença.
Para esses especuladores, agora
já não haveria mais espaço para
grandes quedas no mercado. Então eles começaram a recomprar
ações antes que elas se valorizem
demais, senão amargariam prejuízos. "Não estou com mais nada
a descoberto. Cobri todas as minhas posições na quinta-feira",
afirmou Bill Fleckenstein, diretor
da corretora Fleckenstein Capital
Management. Para o analista, o
que ocorre no momento é uma
recomposição de carteiras, e ainda não é possível prever se a retomada se sustentará. "Não dá para
saber se [a valorização nas Bolsas"
vai durar 15 minutos e subir 5%
ou durar três meses e subir 45%."
Europa e Brasil
As Bolsas da Europa iniciaram o
dia em baixa, mas, sob a influência de Nova York, acabaram fechando em alta. Londres ganhou
3,35%, Paris subiu 3,35% e Frankfurt teve alta de 3,49%. Com as altas dos últimos três pregões, as
ações européias se afastaram do
recorde de baixa para os últimos
seis anos em que se encontravam.
No Brasil, o movimento foi semelhante. A Bovespa chegou a
cair 2%, mas o bom desempenho
nos EUA fez o índice encerrar em
alta de 0,53%. O dólar oscilou bastante, mas fechou praticamente
estável, com alta de 0,23%.
A cotação do petróleo encerrou
em queda de 1,27% em Nova
York, com o barril valendo US$
34,53. Em Londres, o barril do tipo Brent sofreu uma queda de
2,16%, para US$ 29,48.
Com agências internacionais
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