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São Paulo, terça-feira, 18 de março de 2003

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TAXAS

Média do cheque especial é a maior desde março de 2000; já a do empréstimo pessoal é a maior desde abril de 1999

Juros bancários batem recorde, diz Procon

CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Os juros cobrados pelos bancos no cheque especial atingiram o maior nível desde março de 2000. Nos empréstimos pessoais, a taxa média de juros também bateu recorde: é a maior desde abril de 99.
Pesquisa realizada pela Fundação Procon-SP entre os dias 6 e 7 deste mês com 13 instituições financeiras mostra que a taxa média mensal para o cheque especial subiu de 9,13% em fevereiro para 9,44% neste mês. A maior taxa verificada anteriormente foi de 9,54%, em março de 2000. No ano, o juro do cheque especial passa a equivaler a 195,17%.
Para os empréstimos pessoais, a taxa média também manteve a tendência de alta e subiu de 5,98% ao mês em fevereiro para 6,1% em março -a maior marca desde abril de 99, quando a taxa chegou a 6,25% ao mês. A taxa equivalente no ano é de 103,51%.
"Essa alta nas taxas cobradas no cheque especial e no empréstimo pessoal já reflete o aumento do juro básico da economia determinado em fevereiro pelo Copom [Comitê de Política Monetária]. Metade dos bancos pesquisados alterou as taxas de juros", disse Cristina Rafael, técnica de estudos e pesquisas do Procon.
No mês passado, o Copom decidiu elevar a taxa Selic (juros básicos) em um ponto percentual -passou de 25,5% para 26,5% ao ano- e aumentar a taxa de depósito compulsório, de 45% para 60%, sobre os depósitos à vista. O recolhimento compulsório é o dinheiro que os bancos são obrigados a depositar no Banco Central. Se o volume aumenta, os bancos ficam com menos capital em caixa para emprestar e o dinheiro passa a custar mais.
De acordo com o Procon, além do aumento dos juros básicos, as incertezas provocadas no cenário externo, com o iminente conflito entre EUA e Iraque, e o risco de a inadimplência aumentar também contribuíram para a elevação das taxas de juros cobradas pelos bancos.

Cuidados
A recomendação dos técnicos do Procon é que o consumidor pesquise, antes de comprar qualquer produto, as formas de parcelamento oferecidas e opte por aquelas que facilitam o pagamento parcelado sem juros.
No caso de financiamentos, a orientação é comparar as taxas cobradas pelos crediários de estabelecimentos comerciais com as taxas de empréstimo pessoal oferecidas pelas instituições financeiras. "Se o consumidor precisa saldar dívidas do cheque especial, é aconselhável fazer o empréstimo pessoal, porque as taxas cobradas são menores", disse a técnica do Procon.
No cheque especial, a maior taxa cobrada é a do BCN, que subiu para 10,4% contra 9,8% em fevereiro. A menor taxa é a da Nossa Caixa, que passou de 7,95% para 8,85% no mesmo período. No empréstimo pessoal, a maior taxa mensal é a do banco Itaú (6,95%) e a menor, da Nossa Caixa (3,95%).


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