DA REPORTAGEM LOCAL

A safra brasileira de grãos 2002/2003 será marcada pela ampliação da participação das cooperativas. Neste ano, elas devem contribuir com o equivalente a 26,8% da produção, segundo dados Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). No ano anterior, o valor era inferior a 25%.
O incremento da participação das cooperativas é atribuído ao aumento da produtividade. Enquanto a média nacional para soja cresceu 18,5% em relação à safra anterior, a produção das cooperativas teve expansão de 28,2%. No caso do sorgo, a liderança do crescimento da produção cooperada é ainda mais evidente -participação de 47,2%, ante 38,5% da média brasileira.
Para Evandro Ninaut, assessor técnico da OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras), o desempenho positivo das cooperativas em 2002 está relacionado à liberação dos recursos do Recoop (Programa de Revitalização de Cooperativas de Produção Agropecuária). Nos dois últimos anos, foram R$ 553 milhões. O programa serve para refinanciamento de dívidas, para formação de capital de giro e para investimentos. Ninaut explica que foram beneficiadas 132 cooperativas agrícolas. A vigência do Recoop, porém, termina em março. "A OCB encaminhou carta ao Ministério da Fazenda e à Casa Civil para pedir a prorrogação do programa até dezembro. As cooperativas que utilizaram o Recoop no ano passado tiveram um crescimento de 20% no faturamento", afirmou.
Mas além dos recursos financeiros o cooperativismo brasileiro se beneficiou de condições climáticas favoráveis para os grãos nesta safra e da profissionalização do setor, de acordo com José Gallassini, presidente da cooperativa paranaense Coamo. "Com o aumento da produção, também ampliamos a nossa capacidade industrial. Essa é a razão do nosso sucesso."


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