São Paulo, sábado, 18 de março de 2006

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ENCALHE/OUTRO LADO

Para diretor, falta política na área e baixada está saturada

Porto culpa falta de silo de armazenagem por problemas

Luiz Carlos Murauskas/Folha Imagem
Fila de caminhões em estacionamento na rodovia Piaçagüera, onde recebem senha para poder descarregar no porto de Santos


DA REPORTAGEM LOCAL

O diretor de Desenvolvimento do porto de Santos, Fabrizio Pierdomênico, afirma que os problemas enfrentados nesta semana com o excesso de caminhões e filas têm origem, principalmente, na falta de silos de armazenagem de grãos no país.
"O Brasil não tem política nessa área. Os silos brasileiros comportam apenas 65% da produção. Os outros 35% são colocados pelas empresas nos caminhões", diz. "O que nós sentimos aqui embaixo [em Santos] é falta de política nessa área."
Pierdomênico afirma que até 7.000 caminhões chegaram a Santos ao mesmo tempo na semana passada, um número acima do que os bolsões de estacionamento têm condições de suportar.
"O porto estava limpo e livre. O que engarrafou foi o acesso", diz. Ele afirma que a proibição imposta pelo porto de Paranaguá (Paraná) para o embarque de soja trangênica deve complicar ainda mais a situação em Santos neste ano.
O diretor da Codesp afirma que a estatal acaba de fazer um chamamento público na região de Santos para tentar comprar ou arrendar áreas superiores a 50 mil metros quadrados que possam ser usadas como bolsões de estacionamento. "O problema da baixada é que não tem mais espaço", afirma.

Obras atrasadas
Pierdomênico admite que as obras para a modernização e a ampliação da chamada avenida Perimetral, que dá acesso direto ao porto, estão atrasadas. Mas ele atribuiu a demora à morosidade na obtenção de licenças ambientais necessárias para liberar os trabalhos.
Segundo ele, em 2006 essa obra deve começar a andar mais rapidamente. Já houve licitação para a avenida na margem direita do porto, e a da margem esquerda deverá passar pelo mesmo processo no meio deste ano.
Pierdomênico afirma não discordar das críticas dos empresários sobre os problemas de Santos. "Mas o problema do porto não é o presente. É o passado, quando ficamos quase 20 anos sem investimentos públicos."
Pierdomênico admite ter ido para a Codesp por indicação da ex-prefeita de Santos Telma de Souza. Um assessor de Telma, hoje deputada federal pelo PT, disse à Folha que ela nunca escondeu a indicação de Pierdomênico. O presidente da Codesp, José Carlos Mello Rego, não falou à reportagem. (FCZ e MZ)


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