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Laboratório do primeiro
motor a álcool convive
hoje com o abandono
FÁBIO AMATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
No prédio da Divisão de Propulsão Aeronáutica, em São
José dos Campos (SP), onde
em 1975 foi desenvolvido o primeiro motor a álcool do país,
chama a atenção a presença de
um telefone analógico, daquele em que é preciso girar um
disco para fazer a ligação.
Emblemático agora que o álcool ganha o mundo, o setor
está abandonado desde a segunda metade da década de 80.
Ele pertence ao CTA (Comando Geral de Tecnologia Aeroespacial), ligado à Aeronáutica. Dos 160 funcionários do
final dos anos 70, restam 30.
Os equipamentos utilizados
pelos técnicos são praticamente os mesmos da época do
Proálcool. Um dos funcionários remanescentes desse tempo, o engenheiro Paulo Sérgio
Ewald, 54, conta que até o início dos anos 80 o setor realizou
importantes pesquisas com
combustíveis alternativos
-como o desenvolvimento de
motor a álcool para ônibus e
caminhões e o uso do combustível em turbinas.
A equipe foi pioneira nos
testes com combustíveis a base de óleos vegetais e com biodiesel. Foram estudados óleos
de babaçu, mamona, soja,
amendoim e marmeleiro.
A partir de 1990, no entanto,
os pesquisadores se dedicaram
a apenas um projeto: a adaptação dos motores a pistão dos
aviões T-25 para voar a álcool.
Sem verba, não foi concluído.
Em 2000, a Neiva, subsidiária da Embraer, interessou-se
pelo motor a álcool. Foram necessários três anos para adaptar a tecnologia ao Ipanema,
avião de pulverização agrícola,
vendido desde 2005.
"Com todos os holofotes em
cima do álcool, espero que
aqui, na aeronáutica, tenhamos apoio do governo", desabafa Ewald.
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