|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Emprego formal bate recorde, mas governo prevê desaceleração
No 1º trimestre, 554 mil vagas com carteira assinada foram
geradas, aumento de 39% sobre o mesmo período de 2007
Para ministro, 2008 deverá ser o melhor ano do emprego formal, apesar de prever efeitos negativos da alta dos juros a partir de setembro
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O número de trabalhadores
contratados com carteira assinada no primeiro trimestre do
ano atingiu um novo recorde:
554.440 vagas. De acordo com
o Ministério do Trabalho, o saldo de vagas no período foi 39%
superior ao dos três primeiros
meses do ano passado, mas a alta dos juros anunciada pelo
Banco Central pode comprometer o ritmo de contratações
a partir de setembro.
Ainda assim, na avaliação do
ministro Carlos Lupi (Trabalho), 2008 deverá ser o melhor
ano do emprego formal, com a
geração de 1,8 milhão de postos.
Mas o ministro acrescenta que,
se houver novas elevações na
taxa de juros, o nível do emprego formal no próximo ano deverá ser prejudicado e poderá
ficar abaixo do resultado esperado para este ano.
"É um erro esse aumento.
Foi precipitado, na minha avaliação, mas essa é a autonomia
do Banco Central. No médio
prazo, vai ter impacto no emprego. Nos próximos três meses, no entanto, ainda haverá
um crescimento forte do emprego formal", disse o ministro,
ao divulgar os dados do Caged
(Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).
As informações do cadastro
são publicadas mensalmente
pelo Ministério do Trabalho
desde 1992. O Caged abrange
todos os trabalhadores com
carteira assinada, exceto empregados domésticos. Também
não entram nos dados servidores públicos e trabalhadores
temporários.
No trimestre, todos os setores da economia registraram
um aumento das contratações
(veja quadro nesta página). Nos
serviços, foram obtidos os melhores resultados, sendo gerados 212.590 postos. A indústria
da transformação aparece em
segundo lugar, com 146.246 novas vagas. A construção civil
(99.654 postos), no entanto, foi
o setor que apresentou o melhor resultado em termos relativos, com um aumento de
6,5% no nível de emprego.
Entre as regiões, apenas o
Nordeste exibiu números negativos, com a redução de
36.365 postos no período. O resultado foi influenciado principalmente por fatores típicos da
época no complexo sucroalcooleiro. Já o Sudeste foi a que
mais contratou trabalhadores,
atingido 365.244 novos postos.
O ministro explicou que a demanda interna está muito
aquecida, permitindo o crescimento "consistente" do emprego de forma generalizada. "Na
indústria da transformação,
percebemos que ainda há potencial de maior crescimento
da produção e do emprego, porque ainda não atingimos o mesmo patamar de crescimento do
ano passado. O teto ainda não
foi alcançado, por isso, não há
risco de inflação", declarou.
Março
Somente no mês passado, o
saldo de vagas no mercado formal foi de 206.556 empregos. O
número é o maior para meses
de março e ficou 41% acima do
recorde anterior, que foi em
março de 2007. Lupi destacou
que todos os setores bateram
suas melhores marcas para o
mês, exceto a indústria da
transformação.
Também na análise mensal
dos dados verifica-se que a
construção civil, em termos relativos, ficou com o melhor desempenho (2,09%). "É a compra da casa própria, novas edificações, mas também o PAC
[Programa de Aceleração do
Crescimento]", declarou Lupi.
Texto Anterior: Imposto de Renda / Serviço Folha-IOB Próximo Texto: Vendas crescem 10,7% no 1º tri, aponta Serasa Índice
|