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Após aumento dos juros, ações de bancos dão impulso à Bolsa
Em seu 3º pregão positivo seguido, Bovespa avança 0,62%
EPAMINONDAS NETO
DA FOLHA ONLINE
As ações dos grandes bancos
foram os papéis mais favorecidos pela alta da taxa Selic para
11,75%, decidida anteontem à
noite, e contribuíram para a
Bovespa emendar seu terceiro
pregão consecutivo de ganhos.
O Ibovespa, termômetro dos
negócios da Bolsa paulista, encerrou o pregão de ontem em
alta de 0,62%, aos 64.552 pontos. Com isso, o indicador acumulou avanço de 1% no ano.
Entre os papéis componentes do índice mais valorizados
do dia, a ação preferencial do
Bradesco subiu 3,47%, enquanto a ação do Itaú ascendeu
3,57%, e a ação ordinária do
Banco do Brasil, 4,10%.
"O que favoreceu essas ações
foi a decisão do Copom [Comitê de Política Monetária] e também a perspectiva de que a Selic ainda suba por mais algum
tempo. Independentemente de
saber por quantas reuniões
mais, o fato é que a tendência
de curto prazo é de alta [dos juros], o que fez os bancos receberem uma atenção maior do
mercado", afirma Daniel Doll
Lemos, chefe do departamento
de análise da corretora Socopa.
"A alta dos juros pode ter um
impacto negativo pelo lado da
carteira de crédito, mas temos
que lembrar que eles devem ganhar com a carteira de títulos
públicos."
A ação preferencial da Petrobras, o papel mais negociado da
praça, valorizou-se em 2,03%,
num dia em que o barril de petróleo rondou a marca histórica
dos US$ 115 em Nova York.
Analistas mencionaram que
os investidores continuam interessados no ativo, com a perspectiva de que novas reservas
sejam confirmadas.
A Bolsa de Nova York concluiu os negócios de ontem praticamente estável, em leve alta
de 0,01% (Dow Jones), enquanto a Nasdaq recuou 0,35%.
O mercado americano está
sob forte influência da temporada de balanços corporativos.
Ontem, o banco Merrill
Lynch estragou o café da manhã de muito investidor ao revelar prejuízo de US$ 1,97 bilhões (leia á pág. B11).
O quadro não melhorou com
os balanços da Pfizer (remédios) e da Harley-Davidson
(motos). A fabricante do Chantix e do Lipitor reportou que o
lucro trimestral teve decréscimo de 18%, para US$ 2,784 bilhões, devido à competição com
as marcas genéricas.
Já a tradicional fabricante de
motocicletas decepcionou analistas ao informar lucro de US$
187,6 milhões -queda de 2,5%.
O setor de informática forneceu uma das poucas notícias
positivas do dia. A IBM anunciou anteontem, após o fechamento dos mercados, um lucro
26% maior que no primeiro trimestre do ano passado. O Google também anunciou aumento
nos ganhos.
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