São Paulo, sábado, 18 de abril de 2009

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Agência bancária falha em informar plano a mutuário

Atendentes não souberam dar informações básicas sobre o "Minha Casa, Minha Vida"

Funcionários não sabiam esclarecer questões como suspensão no pagamento, por exemplo; superintendente diz que falhas são pontuais


TATIANA RESENDE
DA REDAÇÃO

No cartaz do programa "Minha Casa, Minha Vida" exibido em agências da Caixa Econômica Federal, a frase "informe-se aqui" dá uma falsa impressão para quem tem renda familiar entre 3 e 10 salários mínimos e deseja obter um financiamento. Nas agências visitadas pela reportagem nesta primeira semana de vigência do pacote habitacional, várias dúvidas ficaram no ar ou foram respondidas de forma errada.
Na unidade localizada na Liberdade (região central), a primeira atendente desistiu e disse que, "para questões muito específicas, melhor ir ao 3º andar", onde supostamente funcionários mais capacitados poderiam responder a dúvidas simples. Não foi o que aconteceu. Acuada pelas perguntas da reportagem, que se apresentou como um potencial mutuário, a funcionária afirmou: "Só sei o que tem nessa cartilha", referindo-se ao folheto com informações superficiais e até uma errada: a de que há "redução nos custos do seguro".
Conforme anunciado segunda-feira, não há cobrança, independentemente da faixa de renda. No site www.minhacasaminhavida.gov.br, o futuro mutuário também é induzido ao erro, pois, pelo menos até a noite de ontem, constava que o seguro será cobrado de quem tem renda familiar acima de cinco salários mínimos e há até uma tabela detalhando o percentual segundo a idade do mutuário. A Caixa informou que o site é da Casa Civil, a qual afirmou que o conteúdo é do Ministério das Cidades. A assessoria desse órgão, por sua vez, disse que as informações seriam corrigidas brevemente.
Nas agências na Liberdade, no Tatuapé (zona leste) e no Jabaquara (zona sul), nenhum dos atendentes soube informar que não há pagamento de seguro, dado repassado só na unidade de Santana (zona norte).
No folheto, uma das informações incompletas é a de que é possível ficar sem pagar de 12 a 36 parcelas se o beneficiário perder o emprego, sem a divisão por faixa salarial.
Segundo os funcionários na Liberdade e no Jabaquara, não é possível ainda saber o prazo para cada caso. Pergunta semelhante foi feita no Tatuapé, com a mesma resposta. Porém, após muita insistência, a atendente deixou a mesa e descobriu as regras com colegas.
Em Santana, a resposta foi dada corretamente, mas a funcionária afirmou que o mutuário teria que pagar 2,68% da prestação enquanto estivesse desempregado e se beneficiando do Fundo Garantidor, em vez dos 5% anunciados. Em nenhuma das agências foi possível saber qual o desconto nos custos de registro em cartório, outro diferencial do programa.
"Temos convicção de que são coisas pontuais", alegou Válter Nunes, superintendente regional da Caixa em São Paulo, ressaltando que houve "todo um esforço da instituição" em treinamento.
Frisando que poucas agências foram visitadas, acrescentou: "Não podemos nivelar 70 mil empregados ao que uma pessoa falou", mas que, "a cada problema apontado, reforçamos os esclarecimentos sobre aquela dúvida".


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