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Agência bancária falha em informar plano a mutuário
Atendentes não souberam dar informações básicas sobre o "Minha Casa, Minha Vida"
Funcionários não sabiam esclarecer questões como
suspensão no pagamento, por exemplo; superintendente
diz que falhas são pontuais
TATIANA RESENDE
DA REDAÇÃO
No cartaz do programa "Minha Casa, Minha Vida" exibido
em agências da Caixa Econômica Federal, a frase "informe-se aqui" dá uma falsa impressão
para quem tem renda familiar
entre 3 e 10 salários mínimos e
deseja obter um financiamento. Nas agências visitadas pela
reportagem nesta primeira semana de vigência do pacote habitacional, várias dúvidas ficaram no ar ou foram respondidas de forma errada.
Na unidade localizada na Liberdade (região central), a primeira atendente desistiu e disse que, "para questões muito
específicas, melhor ir ao 3º andar", onde supostamente funcionários mais capacitados poderiam responder a dúvidas
simples. Não foi o que aconteceu. Acuada pelas perguntas da
reportagem, que se apresentou
como um potencial mutuário, a
funcionária afirmou: "Só sei o
que tem nessa cartilha", referindo-se ao folheto com informações superficiais e até uma
errada: a de que há "redução
nos custos do seguro".
Conforme anunciado segunda-feira, não há cobrança, independentemente da faixa de
renda. No site www.minhacasaminhavida.gov.br, o futuro mutuário também é induzido ao erro, pois, pelo menos
até a noite de ontem, constava
que o seguro será cobrado de
quem tem renda familiar acima
de cinco salários mínimos e há
até uma tabela detalhando o
percentual segundo a idade do
mutuário. A Caixa informou
que o site é da Casa Civil, a qual
afirmou que o conteúdo é do
Ministério das Cidades. A assessoria desse órgão, por sua
vez, disse que as informações
seriam corrigidas brevemente.
Nas agências na Liberdade,
no Tatuapé (zona leste) e no
Jabaquara (zona sul), nenhum
dos atendentes soube informar
que não há pagamento de seguro, dado repassado só na unidade de Santana (zona norte).
No folheto, uma das informações incompletas é a de que
é possível ficar sem pagar de 12
a 36 parcelas se o beneficiário
perder o emprego, sem a divisão por faixa salarial.
Segundo os funcionários na
Liberdade e no Jabaquara, não
é possível ainda saber o prazo
para cada caso. Pergunta semelhante foi feita no Tatuapé,
com a mesma resposta. Porém,
após muita insistência, a atendente deixou a mesa e descobriu as regras com colegas.
Em Santana, a resposta foi
dada corretamente, mas a funcionária afirmou que o mutuário teria que pagar 2,68% da
prestação enquanto estivesse
desempregado e se beneficiando do Fundo Garantidor, em
vez dos 5% anunciados. Em nenhuma das agências foi possível saber qual o desconto nos
custos de registro em cartório,
outro diferencial do programa.
"Temos convicção de que são
coisas pontuais", alegou Válter
Nunes, superintendente regional da Caixa em São Paulo, ressaltando que houve "todo um
esforço da instituição" em treinamento.
Frisando que poucas agências foram visitadas, acrescentou: "Não podemos nivelar 70
mil empregados ao que uma
pessoa falou", mas que, "a cada
problema apontado, reforçamos os esclarecimentos sobre
aquela dúvida".
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