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Poupança não é investimento, diz Dilma
Para ministra, não se pode sustentar rentabilidade de investidor que migra de outras aplicações para caderneta
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, afirmou ontem
que é preciso diferenciar a poupança de outros investimentos.
Dilma deu a entender que o
governo não concorda com a
migração de investidores para a
poupança em busca de maior
rentabilidade. Ela evitou dar
detalhes, porque ainda não há
"um modelo pronto e aprovado", mas o governo planeja reduzir o ganho da aplicação da
caderneta de poupança.
"O que nós achamos é que
poupança é poupança e investimento é investimento. Você
não pode sustentar a rentabilidades de investidores que estavam investindo em outro fundo
e agora olharam para a poupança e falaram: "Ah, que oportunidade'", disse ontem na Fiemg
(Federação das Indústrias do
Estado de Minas Gerais).
Com a queda da taxa básica
de juros, a Selic, os juros da
poupança acabam sendo mais
atrativos do que outros investimentos. A preocupação do governo é que os grandes investidores tirem dinheiro da renda
fixa, por exemplo, e passem para a poupança, reduzindo o volume de financiamento no país.
A Selic está em 11,25% ao ano, a
menor taxa desde 2003.
Proteção ao aplicador
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, reafirmou que os
pequenos investidores da caderneta de poupança não terão
prejuízos com as mudanças.
"Mais de 90% das cadernetas
têm menos de R$ 20 mil. Esses
serão absolutamente resguardados e protegidos", disse
Mantega ontem em São Paulo.
"Certamente não vamos prejudicar os poupadores da poupança. Ela é uma instituição
nacional da maior importância,
protege o aplicador. Mas vamos
fazer uma adaptação às novas
condições de mercado", disse o
ministro. "Vamos proteger os
aplicadores de menor renda,
mas não podemos permitir que
haja um fluxo de grandes investidores saindo de outros ativos
para a caderneta de poupança."
Colaborou a Folha Online
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