São Paulo, domingo, 18 de abril de 2010

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Mercado Aberto

MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br

Sobe retirada de capital de fundo de ação do país

O temor das pressões inflacionárias fez com que a retirada de capital dos fundos de ação brasileiros atingisse na semana passada o maior nível em quase quatro anos, de acordo com pesquisa da consultoria norte-americana Emerging Portfolio Fund Research.
O resultado do país foi na contramão dos demais mercados emergentes.
Segundo o levantamento, US$ 473 milhões foram retirados dos fundos brasileiros no período de sete dias que se encerrou na quarta-feira, o maior montante em 197 semanas.
A explicação, afirma a empresa, é que os investidores esperam uma "série de aumentos na taxa de juros que pode começar no final deste mês", com a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central).
Os resultados brasileiros contrastam com os US$ 997 milhões que ingressaram nos fundos emergentes no mesmo período.
No ano, a Bolsa brasileira -que liderou os ganhos no mundo no ano passado- acumula uma expansão de 1,21%, a menor alta entre os mercados das Américas, com exceção do de Bermudas.
O índice Dow Jones, o principal de Nova York, já registrou alta de 5,66% neste ano, por exemplo.
Analistas esperam que o Banco Central comece a aumentar a taxa Selic, hoje em 8,75% ao ano, para conter as ameaças inflacionárias. A expectativa do mercado é que os juros sejam elevados em 0,5 ponto percentual no encontro da semana que vem.
O mais recente relatório Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central com a projeção de economistas, aponta que o IPCA vai terminar o ano com uma alta de 5,29%. No início do ano, a previsão do mercado era de um aumento de 4,5% nos preços.



O QUE ESTOU LENDO

Reprodução/ Mastrangelo Reino - 26.mai.09/ Folha Imagem
RENASCENTISTA
O empresário Jorge Gerdau Johannpeter lê "Cosimo de Medici", de Luiz Felipe D'Avila, da editora Ediouro


SANEAMENTO 1
A carteira do BNDES em projetos de saneamento no âmbito do PAC atingiu, em março, R$ 5,5 bilhões em financiamentos, envolvendo investimentos de R$ 10,2 bilhões. Os dados acabam de ser consolidados pela área de planejamento do BNDES.

SANEAMENTO 2
Os recursos abrangem, ao todo, 47 projetos privados e públicos em todas as regiões do país, segundo o BNDES. Os projetos são voltados a implantação, ampliação ou otimização de sistemas de abastecimento de água e de esgotamento sanitário.

PÉ NA ESTRADA

A Rodolatina, empresa de logística e transporte de cimento a granel, irá investir R$ 65 milhões na ampliação e na renovação de sua frota para atender o crescimento da demanda no Brasil.
Esse aporte incrementará em 30% o número de caminhões, implementos rodoviários e equipamentos da empresa.
"Além do próprio crescimento econômico do Brasil, a demanda por cimento está aquecida por causa de algumas grandes obras que estão em andamento, como as de usinas hidrelétricas, metrô, Rodoanel, duplicação de estradas, entre outras", afirma Agostinho Bruno Zibetti, diretor-presidente da Rodolatina.
Hoje, a companhia abastece as obras das usinas hidrelétricas de Jirau (RO), Santo Antônio (RO) e Estreito (MA).
Segundo Zibetti, essas obras estão com bom andamento e em processo acelerado. Para 2010, a estimativa é crescer 30%, com mais filiais e novos contratos em fase avançada de negociação. Em 2009, a companhia transportou 2,5 milhões de toneladas de cimento.

LITERATURA EM NÚMEROS

A oitava edição da Flip (Festa Literária Internacional de Paraty), que vai ocorrer entre os dias 4 e 8 de agosto, deve movimentar cerca de R$ 4,76 milhões na economia da cidade. Os maiores responsáveis pelo volume são hospedagem e alimentação, com R$ 2 milhões cada uma. Em seguida vêm compras, passeios turísticos e outros. Os números são de Mauro Munhoz, diretor-presidente da Associação Casa Azul, que organiza o evento literário e afirma que, desde a primeira edição, quando a organização imaginava que atrairia apenas 50 pessoas, até hoje, em que são recebidos mais de 20 mil visitantes, a cidade ganhou muito em revitalização urbana -tema que, aliás, motivou as primeiras iniciativas do projeto. A ocupação de hotéis e pousadas chega a 100%, segundo a organização, e no ano passado foram abertas cerca de 20 pousadas. "O turista cultural é mais qualificado, deixa menos efeitos negativos e tem maior poder aquisitivo."


com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK e ÁLVARO FAGUNDES


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