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Apple quer fabricar iPhone no Brasil
Empresa negocia com a chinesa Foxconn uso de fábrica em Jundiaí (SP); plano inclui a produção do MacBook e do iPod
Objetivo é diminuir custos e
impulsionar a venda dos
aparelhos no Brasil, onde a
carga de impostos impede
avanço maior no mercado
JULIO WIZIACK
DA REPORTAGEM LOCAL
A Apple estuda formas de
viabilizar a fabricação de alguns de seus produtos no Brasil. A Folha apurou que os planos incluem o iPhone, o MacBook e, possivelmente, o iPod.
As barreiras impostas no país,
no entanto, podem afetar o sucesso das negociações com a
Foxconn, que atualmente é a
companhia contratada pela
Apple para fabricar seus produtos na China.
As conversas entre a Apple e
a Foxconn tiveram início em
meados de 2009, interromperam-se no final do ano e intensificaram-se há duas semanas.
Além de precisar conseguir
um PPB (Plano Produtivo Básico) para ter direito a descontos de impostos, principalmente na importação de insumos, a
Apple teria também de fazer algum investimento em parceria
com a Foxconn para que a fábrica da chinesa em Jundiaí, no
interior de São Paulo, pudesse
receber uma linha de montagem exclusiva.
São justamente esses detalhes que emperram as negociações. A Folha apurou que, desta vez, a Apple estaria mais empenhada em chegar a um acordo. Motivos não faltam. O Brasil é o país da América Latina
que registra maior aumento de
renda, consumo e crédito.
O mercado de smartphones
(celulares que navegam na internet) deve dobrar em 2010 e
repetir o crescimento em 2011.
Hoje, 7% dos aparelhos vendidos são smartphones, categoria
a que pertencem iPhone (Apple), BlackBerry (RIM) e E67
(Nokia), entre outros. A Nokia
tem fábrica própria no Brasil e,
em março, a canadense RIM
anunciou o início da produção
do BlackBerry no país.
Vendendo importados, a Apple não decolou no país com a
venda de seu iPhone. No mundo, foram 9 milhões de unidades comercializadas no primeiro trimestre deste ano. No Brasil, foram cerca de 80 mil unidades no mesmo período.
O preço é a principal barreira. Com a produção local, a Apple passaria a importar os componentes e com isso reduziria a
carga de impostos que hoje incidem sobre o iPhone. Cálculos
iniciais das operadoras indicam que haveria uma redução
de 15% nos custos, algo que,
teoricamente, deixaria o preço
do aparelho produzido no Brasil cerca de 10% mais alto que
na China. Hoje ele desembarca
custando 70% a mais.
A vez dos computadores
Também com uma produção
local, o MacBook (um dos notebooks mais finos do mundo) ficaria mais competitivo. A Folha informou há uma semana
que faz parte dos planos da Apple estar entre os líderes na
venda de computadores no país
com a abertura de lojas terceirizadas, em parceria com varejistas. A meta é ganhar mais 1%
de mercado neste ano (passando para 3% do total das vendas)
e chegar a 5% em cinco anos.
Oficialmente, nem a Apple
nem a Foxconn comentam o
assunto. No Brasil, a empresa
chinesa nega que haja um projeto em andamento e diz que, se
existe, as conversas ocorrem
entre a matriz e a Apple.
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