|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
COMÉRCIO
Crédito e consumo de alimentos puxam desempenho, e IBGE prevê ano aquecido para setor, com crescimento de até 6%
Vendas do varejo aumentaram 5% no 1º tri
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
As vendas no comércio varejista
cresceram 5,04% no primeiro trimestre na comparação com igual
período do ano anterior. O comportamento do setor foi ditado
pela alta nas vendas de hipermercados, bebidas e fumo, que acumularam expansão de 5,19%. De
acordo com o IBGE, o aumento
da renda e a manutenção da oferta de crédito foram os fatores responsáveis pelo crescimento. Em
março, as vendas recuaram 0,10%
na comparação com fevereiro.
Os resultados são melhores do
que os do quarto trimestre, quando a alta foi de 4,58%. Segundo
Carlos Thadeu de Freitas, economista da CNC (Confederação Nacional do Comércio), os números
mostram uma mudança no perfil
de crescimento das vendas. "O
comércio deve fechar o ano com
desempenho superior ao do ano
passado, com uma alta de 5,5% a
6%. A âncora desse crescimento
deixou de ser os bens de consumo
duráveis, como móveis e eletrodomésticos, e passou a ser os bens
não-duráveis, como alimentos",
disse. O dólar barato e a inflação
em baixa foram os fatores decisivos para a mudança na estrutura
das vendas.
Para Reinaldo Pereira, economista do IBGE, o cenário do comércio é de manutenção de taxas
positivas. Ele destaca que aumentou o número de supermercados
que oferecem crédito próprio, o
que já afeta o desempenho das
vendas. Nos hipermercados, elas
passaram de 1,83% no quarto trimestre de 2005 para 5,19% no primeiro trimestre deste ano.
Para Nilo Macedo, também do
IBGE, o desempenho do comércio contrariou expectativas.
"Imaginávamos que haveria um
esgotamento do crédito com o
fim da capacidade de endividamento das famílias. Os bancos estão driblando isso com alongamento de prazos, e a queda dos
juros também está contribuindo."
A perspectiva de redução dos
juros pelo Banco Central com
parcimônia deve resultar em um
espaço menor para a oferta de
crédito, na avaliação de Freitas.
São Paulo e Rio de Janeiro, que
representam cerca de 50% do comércio varejista nacional, cresceram 5,60% e 5,36%, respectivamente, de janeiro a março. Segundo Macedo, os resultados de maio
em São Paulo deverão ser afetados pelos ataques do PCC (Primeiro Comando da Capital). "Isso deve ter afetado as receitas das
grandes empresas e vai aparecer
no desempenho das vendas", disse Macedo.
Em relação a março de 2005, as
vendas cresceram 3,01%, 28ª taxa
positiva nesSa base de comparação. Em relação a fevereiro, no entanto, as vendas do comércio varejista recuaram 0,10%. O setor de
hipermercados, bebidas e fumo
registrou a maior taxa, com alta
0,70%, móveis e eletrodomésticos
tiveram alta de 0,03%, mas combustíveis e lubrificantes recuaram
3,10%. Já tecidos, vestuário e calçados tiveram queda de 3,06%.
Texto Anterior: Bancos mudarão horário quando a seleção jogar Próximo Texto: Frase Índice
|