São Paulo, quinta-feira, 18 de maio de 2006

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COMÉRCIO

Crédito e consumo de alimentos puxam desempenho, e IBGE prevê ano aquecido para setor, com crescimento de até 6%

Vendas do varejo aumentaram 5% no 1º tri

JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO

As vendas no comércio varejista cresceram 5,04% no primeiro trimestre na comparação com igual período do ano anterior. O comportamento do setor foi ditado pela alta nas vendas de hipermercados, bebidas e fumo, que acumularam expansão de 5,19%. De acordo com o IBGE, o aumento da renda e a manutenção da oferta de crédito foram os fatores responsáveis pelo crescimento. Em março, as vendas recuaram 0,10% na comparação com fevereiro.
Os resultados são melhores do que os do quarto trimestre, quando a alta foi de 4,58%. Segundo Carlos Thadeu de Freitas, economista da CNC (Confederação Nacional do Comércio), os números mostram uma mudança no perfil de crescimento das vendas. "O comércio deve fechar o ano com desempenho superior ao do ano passado, com uma alta de 5,5% a 6%. A âncora desse crescimento deixou de ser os bens de consumo duráveis, como móveis e eletrodomésticos, e passou a ser os bens não-duráveis, como alimentos", disse. O dólar barato e a inflação em baixa foram os fatores decisivos para a mudança na estrutura das vendas.
Para Reinaldo Pereira, economista do IBGE, o cenário do comércio é de manutenção de taxas positivas. Ele destaca que aumentou o número de supermercados que oferecem crédito próprio, o que já afeta o desempenho das vendas. Nos hipermercados, elas passaram de 1,83% no quarto trimestre de 2005 para 5,19% no primeiro trimestre deste ano.
Para Nilo Macedo, também do IBGE, o desempenho do comércio contrariou expectativas. "Imaginávamos que haveria um esgotamento do crédito com o fim da capacidade de endividamento das famílias. Os bancos estão driblando isso com alongamento de prazos, e a queda dos juros também está contribuindo."
A perspectiva de redução dos juros pelo Banco Central com parcimônia deve resultar em um espaço menor para a oferta de crédito, na avaliação de Freitas.
São Paulo e Rio de Janeiro, que representam cerca de 50% do comércio varejista nacional, cresceram 5,60% e 5,36%, respectivamente, de janeiro a março. Segundo Macedo, os resultados de maio em São Paulo deverão ser afetados pelos ataques do PCC (Primeiro Comando da Capital). "Isso deve ter afetado as receitas das grandes empresas e vai aparecer no desempenho das vendas", disse Macedo.
Em relação a março de 2005, as vendas cresceram 3,01%, 28ª taxa positiva nesSa base de comparação. Em relação a fevereiro, no entanto, as vendas do comércio varejista recuaram 0,10%. O setor de hipermercados, bebidas e fumo registrou a maior taxa, com alta 0,70%, móveis e eletrodomésticos tiveram alta de 0,03%, mas combustíveis e lubrificantes recuaram 3,10%. Já tecidos, vestuário e calçados tiveram queda de 3,06%.


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