São Paulo, quinta-feira, 18 de maio de 2006

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FEIRAS

Negócios ficarão em R$ 700 mi; cana-de-açúcar evita desempenho pior, segundo Sérgio Magalhães, presidente do evento

Agrishow perde R$ 300 mi com crise da soja

MARCELO TOLEDO
DA FOLHA RIBEIRÃO

A crise vivida pelos produtores de soja no país "tirou" R$ 300 milhões em negócios da 13ª Agrishow (Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação) de Ribeirão Preto, que entra hoje em seu quarto dia.
A estimativa é do presidente do Sistema Agrishow, Sérgio Magalhães. Há dois anos, a feira negociou R$ 1,288 bilhão em Ribeirão Preto, seu recorde histórico, graças aos grãos. O volume caiu para R$ 760 milhões no ano passado, já com a crise da soja, e deve ficar em R$ 700 milhões neste ano.
"A soja vem de dois anos ruins e a feira só não venderá menos porque a cana-de-açúcar está em um momento muito bom. Para os produtores de soja, as vendas estão praticamente no zero", afirmou Magalhães. Além da soja, o milho e o algodão também estão em momento ruim.
Se for confirmado que as vendas atingirão R$ 700 milhões, será o pior desempenho da Agrishow desde 1999, quando as vendas somaram R$ 600 milhões. A aposta é que a cana consiga se recuperar e fazer com que os negócios cheguem perto de R$ 800 milhões.
"Para soja, não estamos vendendo nada. O setor está péssimo e as outras duas feiras que fizemos, em Rio Verde [GO] e Rondonópolis [MT], foram um verdadeiro desastre", afirmou o presidente da feira.
A previsão é que as máquinas e implementos para o setor sucroalcooleiro respondam por 50% das vendas neste ano, contra 15% da citricultura, 15% do café e 20% de outras culturas.
O empresário Rubens Dias de Moraes, presidente da Jumil -empresa de Batatais que fabrica máquinas agrícolas- e vice-presidente da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), afirmou que é por causa de problemas como esse que é preciso que o B5, programa de biocombustíveis que prevê a adição de 5% de biodiesel de soja no óleo diesel, seja implantado de imediato. A mistura consumiria 15% da soja brasileira, elevando os preços e equilibrando o mercado.
Na última segunda-feira, o ministro Roberto Rodrigues (Agricultura) disse que o programa será contemplado no próximo plano de safra, a ser lançado na próxima semana.


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