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Concessão de rodovias terá crédito subsidiado
Governo dá ainda isenção de imposto para obras
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Sob alegação de reduzir o valor dos pedágios, o governo decidiu subsidiar a 5,5% os juros
na concessão de sete trechos de
rodovias federais, além de eliminar a cobrança de outorgas.
Já a taxa de retorno do investimento foi reduzida de 12,88%
para 8,95%, disse o ministro
dos Transportes, Alfredo Nascimento.
Com as alterações, o valor
máximo do pedágio ficou em
R$ 2,80 na Fernão Dias, R$ 2,61
na Régis Bittencourt, R$ 3,98
na BR-153, R$ 4,08 na BR-116,
R$ 3,93 para a BR-393, R$ 3,72
na BR-101 e R$ 2,68 na BR-116
de Curitiba a Florianópolis.
Os juros a 5,5% farão parte de
uma linha especial de financiamento a ser criada pelo BNDES
por determinação do Planalto e
é menor do que os 6,5% da
TJLP (Taxa de Juros de Longo
Prazo) usada pelo banco de fomento, que acrescenta ainda
"spread" de até 3%. No caso das
rodovias, os futuros concessionários pagarão somente 5,5%
ao ano.
O índice foi definido no início
da noite de anteontem durante
reunião na Casa Civil. Técnicos
do Tesouro Nacional e integrantes da cúpula do BNDES
chancelaram o percentual, mas
ontem nenhum dos dois órgãos
confirmou a criação da nova linha de financiamento.
Para Moacyr Duarte, presidente da ABCR (Associação
Brasileira de Concessionárias
de Rodovias), as mudanças não
representam atrativos maiores
que projetos em outros países.
A principal queixa foi a redução
da taxa de retorno, já considerada baixa demais pelo setor.
"Interessados vai haver, mas
esse edital estará competindo
com outros projetos nos Estados Unidos, na América Central, na Europa", disse.
Após anos de idas e vindas do
governo, o edital de licitação
dos sete trechos de rodovias foi
suspenso em janeiro a pedido
da ministra Dilma Rousseff
(Casa Civil). O Planalto suspeitava da possibilidade de combinação de preços ou divisão do
mercado entre as concessionárias e prometeu revisar o texto
para fechar essas torneiras.
Segundo Nascimento, a saída
para evitar a ocorrência de conluio será a realização simultânea do leilão dos sete trechos,
conforme a Folha já havia antecipado. As empresas também
ficam obrigadas a apresentar
apenas uma proposta de preço
de pedágio. A que der o valor
menor leva a concessão.
"Lá atrás, a posição do governo era de que era possível reduzir a tarifa final para o usuário
na ponta, e foi o que conseguimos", disse o ministro ontem.
Na comparação com o modelo anterior de edital, houve redução de 17,88% no pedágio da
BR-153, 18,13% na BR-116,
17,61% na BR-393, 18,99% na
BR-101, 19,82% na Fernão
Dias, 22,55% na Régis Bittencourt e 20,95% na BR-116.
Os critérios de desempate e
demais pormenores do edital
não foram divulgados. Durante
a entrevista, Nascimento e o
presidente da ANTT (Agência
Nacional de Transportes Terrestres) , José Alexandre Resende, não deram mais detalhes sobre a licitação. O edital
deve ser conhecido até o dia 25,
quando vai a consulta pública.
O governo também determinou isenção de PIS/Cofins nas
obras que serão feitas nas rodovias. A proposta será analisada
hoje pelo CND (Conselho Nacional de Desestatização).
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