São Paulo, sexta-feira, 18 de maio de 2007

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Abril bate recorde de criação de empregos

Mês registra criação de 302 mil vagas formais e governo vê efeitos do PAC

Indústria de transformação e construção civil foram os destaques na geração de novos postos, segundo o Ministério do Trabalho


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O mercado de trabalho formal registrou em abril o melhor resultado mensal da história, segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).
A criação recorde de 301.991 vagas no mês passado empolgou o governo, que já aposta na geração de 1,650 milhão de postos de trabalho com carteira assinada neste ano.
A estimativa do Ministério do Trabalho para 2007 supera o resultado verificado em 2004, quando foi atingida a marca inédita de 1,523 milhão de novos empregos formais no ano.
"A expectativa é de ultrapassar 2004. Esperamos algo como 1,650 milhão. Será daí para cima", afirmou ontem o ministro do Trabalho, Carlos Lupi.
Os dados do primeiro quadrimestre do ano também revelam um desempenho recorde do mercado de trabalho formal.
De janeiro a abril, foram gerados 701.619 postos. O número é 23,2% superior ao do mesmo período do ano passado -até então o melhor resultado para o quadrimestre.
O Caged foi criado em 1992 e reflete a situação do mercado de trabalho formal -exceto trabalhadores domésticos e funcionários públicos. Os dados sobre contratação e demissão são divulgados mensalmente pelo Ministério do Trabalho com base em informações prestadas pelas empresas.
Até agora, o melhor mês para o mercado de trabalho formal havia sido maio de 2004 - saldo de 291.882 contratações. "Em abril, tivemos o maior resultado para todos os meses. É um recorde na história do Caged e já é uma comprovação real da implementação do PAC [Programa de Aceleração do Crescimento]", declarou Lupi.
Na avaliação do ministério, a performance da construção civil evidencia a movimentação de empresas na realização de obras do PAC. O setor gerou 30.887 postos em abril, o que representa um recorde para o mês. Trata-se de um aumento de 111% na comparação com o melhor abril do setor, que ocorreu em 2001.
Os segmentos de movimento de grandes terrenos (terraplanagem para construção), obras viárias (metrô/estradas), transporte aéreo (obras em aeroportos) e serviços técnicos de engenharia apresentaram expressiva contratação no mês, aponta o Caged.
Outro destaque no mês foi a indústria da transformação. Assim como o dado global do mês, o número registrado pela indústria em abril foi recorde para todos os meses do Caged. Foram criadas 103.763 vagas. Esse crescimento foi puxado pelas contratações na indústria alimentícia. Na avaliação do ministério, um dos motivos para esse resultado foi o aumento do salário mínimo para R$ 380, elevando o consumo das famílias.
Na análise da economista da consultoria Tendências Cláudia Oshiro, o emprego formal vem batendo recordes seguidos e deverá fechar o ano com desempenho semelhante ao de 2004. No entanto, na avaliação de Oshiro, ainda não se pode falar de efeitos do PAC. "O PAC pode influenciar alguns setores, mas não é o determinante. O aumento do emprego vem do crescimento econômico", declara a economista.
(JULIANNA SOFIA)


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