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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Fundo brasileiro é iniciativa criativa, diz Price
O fundo soberano, anunciado na semana passada pelo governo federal, é uma iniciativa
válida e criativa, segundo Antonio Cardoso Toro, sócio da PricewaterhouseCoopers.
Para o especialista, apesar de
ter o mesmo nome do instrumento criado por países com
excesso de poupança, o fundo
não deve ser comparado com
iniciativas estrangeiras.
"Eu acho que tem havido
uma série de comparações
equivocadas, talvez até pela infelicidade de chamarmos esse
fundo de fundo soberano", diz
Toro. "As pessoas acabam criticando essa iniciativa do governo brasileiro dizendo que nós
não temos as mesmas condições, mas o que o Brasil quer
atingir é outro objetivo, talvez
com instrumento parecido."
Toro afirma que entende a
criação do fundo como um auxílio para conter os efeitos que
a supervalorização da moeda
pode ter na economia local e na
capacidade de exportação, motivação diferente da de outros
países, de administrar o excesso de poupança local.
"De fato, se você falar em excesso de poupança, nós não a
temos e teríamos outros problemas para resolver. Mas não
é de hoje que exportadores brasileiros têm problemas de competitividade por causa da taxa
de câmbio e não é de hoje que
os produtos importados acabam tendo uma capacidade de
penetração muito grande por
conta do fluxo de investimento
que nós recebemos", diz Toro.
Segundo o sócio da Price, o
país tem que encontrar a sua
vocação para ser líder no mercado global, sem imitar modelos, por exemplo, dos outros
Brics (grupo também integrado
por Rússia, Índia e China). Toro ressalta que, com o grau de
investimento, o Brasil ingressou em um clube de países restrito e que, dentre eles, é o que
oferece mais oportunidades de
investimento. "Nesse clube, somos a nação que tem maior volume de demanda de crédito
por projetos, por infra-estrutura e outras demandas."
Peter Spratt, também sócio
da Price e que esteve no Brasil
na semana passada, analisa que
o fato de a economia estar crescendo e apresentar indicadores
mais estáveis do que costumava pode fazer com o que receba
o grau de investimento de outras agências.
Na avaliação do especialista,
para isso, é preciso manter a inflação e a dívida pública sob
controle. Para Spratt, mesmo
com o real forte, é possível ter
bons resultados com a exportação ao diversificar os destinos e
intensificar relações com a Europa, por exemplo.
Sobre o mercado de ações,
Toro também é otimista. "Algumas pessoas acharam que os
ativos na Bovespa estavam sobrevalorizados, ela chegou a 60
mil pontos e agora estamos
com mais de 70 mil pontos.
Ninguém pode dizer com certeza qual é o limite, mas certamente ainda tem espaço para
subir mais."
CHÃO DE GIZ
A Unesco fechou parceria com o Oi Futuro para elaborar
indicadores de avaliação para a escola estadual de ensino
médio que a empresa inaugura no dia 27, no Rio de Janeiro,
conhecida por Nave (Núcleo Avançado em Educação). Os
alunos terão aulas de programação de jogos eletrônicos e roteiro para TV digital, entre outras disciplinas focadas em novas tecnologias. "Além dos critérios de avaliação formais, todo o campo novo, que é o desenvolvimento de novas carreiras, vai necessitar de indicadores novos de avaliação dos alunos", diz George Moraes, vice-presidente do Oi Futuro. O investimento da Oi para viabilizar a escola é de cerca de R$ 8
milhões.
Construção civil puxa produção de cloro no primeiro trimestre
A produção brasileira de cloro registrou crescimento de
2,4% no primeiro trimestre
deste ano em relação ao mesmo
período do ano passado, atingindo 314,7 mil toneladas.
De acordo com a Abiclor (Associação Brasileira da Indústria
de Álcalis, Cloro e Derivados), o
desempenho pode ser atribuído à crescente demanda da indústria de poliuretanos e à alta
da construção civil, responsável pelo consumo de 64% de todo o PVC (produto à base de
cloro) fabricado no Brasil.
A expectativa é que a produção nacional de cloro chegue a
1,3 milhão de toneladas neste
ano, com expansão de cerca de
4% na comparação com o ano
passado.
PERNAMBUCANO
Marcos Magalhães, presidente do Instituto de Co-Responsabilidade pela Educação e do Conselho Consultivo da Philips na América
Latina, lança, dia 20, em SP,
o livro "A juventude brasileira ganha uma nova escola de
Ensino Médio -Pernambuco cria, experimenta e aprova". No livro, o autor aborda
as parcerias público-privadas na gestão da rede pública
de ensino, usando um caso
aplicado em Pernambuco.
CRÉDITO
Maria Fernanda Ramos
Coelho, presidente da Caixa,
anuncia amanhã, em Brasília, os resultados do balanço
trimestral. Todas as linhas
de crédito tiveram alta. As
operações de crédito comercial chegaram a R$ 20,2 bilhões de saldo no trimestre,
alta de 20%. No crédito para
pessoa física, o aumento foi
de 19%, passando para R$
11,6 bilhões. No crédito para
pessoa jurídica, a alta foi de
21%, chegando a R$ 8,6 bilhões no primeiro trimestre.
AMBIENTAL
A International Paper
concluiu projeto para substituir o combustível usado
em duas caldeiras, que são
responsáveis pela geração
de energia para fabricar celulose e papel na unidade de
Mogi Guaçu (SP). O projeto
foi auditado pela empresa
americana de gerenciamento ambiental MWH e registrado na Chicago Climate
Exchange, a Bolsa do Clima
de Chicago, representando a
venda de crédito de carbono
no valor de US$ 1,2 milhão.
com JOANA CUNHA e VERENA FORNETTI
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