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China compra empresas de energia no Brasil por R$ 3 bi
Concessionárias de transmissão elétrica pertenciam a empresas espanholas
Se aprovado pela Aneel, será maior investimento do gigante asiático no Brasil; petrolíferas e mineradoras também miram país
FABIANO MAISONNAVE
DE PEQUIM
A gigante elétrica chinesa
State Grid anunciou anteontem um acordo para a compra
de sete concessionárias de
energia no Brasil, atualmente
sob o controle das espanholas
Cobra, Elecnor e Isolux.
Se ratificado pela Aneel
(Agência Nacional de Energia
Elétrica), o negócio será o
maior investimento do país
asiático já feito no Brasil.
A compra, de R$ 3,097 bilhões, envolve a aquisição de
todas as ações das seguintes
empresas transmissoras de
energia, segundo comunicado
da empresa: Ribeirão Preto,
Serra Paracatu, Poços de Caldas, Itumbiara e Serra da Mesa.
A estatal chinesa de energia
elétrica deve ter ainda 75% da
Expansión Transmissão de
Energia Elétrica e da Expansión Itumbiara Marimbondo.
Em ambos os casos, a espanhola Abengoa, que tem os demais
25%, tem um prazo de 60 dias
para contestar o acordo.
Até agora, o maior investimento chinês no país é a compra da mineradora da Itaminas
por US$ 1,2 bilhão, em março,
adquirida pela ECE, também
estatal.
Caso aprovada pela Aneel, a
transação marcará também a
entrada da State Grid no Brasil.
Maior empresa de transmissão
de energia do mundo, a estatal é
responsável pelo abastecimento de 88% do território chinês,
o país mais populoso do mundo, com pouco mais de 1,3 bilhão de pessoas.
O interesse da State Grid e de
outras estatais chinesas no Brasil marca uma nova onda de investimentos asiáticos no país,
iniciada no final do ano passado, em que as cifras deixaram a
casa dos milhões para passar à
dos bilhões.
O projeto mais ambicioso são
as negociações entre a EBX, do
empresário Eike Batista, e a
Wisco, gigante estatal da mineração, para construir o Complexo Siderúrgico de Açu. O investimento, estimado em cerca
de US$ 5 bilhões, teria 70% de
participação chinesa.
As negociações ocorrem depois da compra, no final do ano
passado, de 21,52% da MMX, de
Batista, pela Wisco, um negócio
de US$ 400 milhões.
As estatais chinesas também
estão demonstrando interesse
pelo petróleo, que, como o minério de ferro, é considerado
fundamental para que o país
asiático mantenha o seu ritmo
de crescimento.
Bacia de Campos
Na semana passada, o jornal
americano "Wall Street Journal" revelou que duas petroleiras estatais chinesas, a Cnooc (a
maior produtora de petróleo
"offshore" da China) e a Sinochem, fizeram duas propostas
separadas para a compra de
40% do campo Peregrino, na
bacia de Campos, hoje pertencente à norueguesa Statoil.
Ainda de acordo com a publicação, o resultado da venda deve sair em breve. Procuradas
pela reportagem da Folha desde a semana passada, nenhuma
das empresas se manifestou
sobre o assunto.
Até o início do ano, os investimentos pesados chineses só
ficavam na promessa. A situação começou a mudar no primeiro trimestre de 2010, quando a China ficou em 5º lugar,
atrás de EUA, Bermudas, Países Baixos e França.
O maior investimento do trimestre foi entre a Wisco e o
grupo de Eike Batista.
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