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São Paulo, quarta-feira, 18 de junho de 2003

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O VÔO DA ÁGUIA

Preços ao consumidor ficam estáveis e afastam temor de deflação; indicador de produção sobe após dois meses

Economia dos EUA inicia reação; governo comemora

DE WASHINGTON

Mais dois indicadores divulgados ontem mostraram novos sinais de uma lenta recuperação da economia americana e afastaram, pelo menos temporariamente, o temor de deflação nos EUA.
O CPI (índice de preços ao consumidor, na sigla em inglês), o principal indicador de preços no país, fechou o mês de maio inalterado em relação a abril, quando teve queda de 0,3% sobre março.
Excluídos em maio, no entanto, preços voláteis, como energia e alimentos, o "coração" do CPI fechou com elevação de 0,3% depois de dois meses de estabilidade nesse segmento. Foi a maior aceleração em nove meses.
Outro indicador, o de produção de vários setores da economia, mostrou reação mínima, de 0,1%. Mas foi o primeiro sinal positivo após dois meses de declínios substanciais.
Excluído o setor automobilístico, que teve queda de 1,1% em maio, as fábricas americanas tiveram aumento de 0,3% na produção no mês passado.
Os resultados foram comemorados até pela Casa Branca. O presidente George W. Bush iniciou nesta semana, na prática, sua campanha visando a reeleição em novembro de 2004.
"A deflação não é mais uma séria preocupação e esperamos que os sinais positivos na economia continuem acelerando nos próximos meses", afirmou o porta-voz de Bush, Ari Fleischer.
Economistas continuam considerando, no entanto, que a recuperação americana tende a ser lenta e gradual e que dificilmente terá impacto suficiente sobre o emprego para ajudar Bush em seus planos eleitorais. Cerca de 2,4 milhões de americanos ficaram desempregados na atual gestão.
Apesar do leve aumento na produção, a capacidade ocupada do setor industrial continuou inalterada entre abril e maio, em 74,3%, o nível mais baixo desde 1983.
O setor imobiliário permanece um dos mais dinâmicos. Em maio, foi computado aumento de 6,1% na construção de novas moradias (1,7 milhão de unidades).
Os preços das moradias nos EUA tiveram aumento real (acima da inflação) de mais de 27% desde meados da década de 90, impulsionados, em boa medida, pela oferta de financiamentos.
(FERNANDO CANZIAN)


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