São Paulo, quinta-feira, 18 de julho de 2002

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NEGÓCIOS

Siderúrgicas confirmam acordo de fusão e planejam aumentar vendas para os EUA; presidência fica com Steinbruch

CSN/Corus será a 5ª no ranking mundial

LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL

A CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) será a responsável pela administração do novo conglomerado que surgirá de sua fusão com a siderúrgica anglo-holandesa Corus. A união das duas companhias, que resultará na criação de um grupo com capacidade para processar 22,1 milhões de toneladas de aço por ano (sendo o quinto do ranking mundial), foi confirmada ontem pelo presidente do conselho da CSN, Benjamin Steinbruch.
O processo de fusão deve ser concluído no primeiro semestre de 2003. "O novo grupo processará toda a cadeia de produtos siderúrgicos. Desde a extração do minério de ferro até a fabricação de aços muito especiais, como os destinados a pontes e trilhos", disse Steinbruch.
Um dos principais objetivos da CSN/Corus, nome provisório da nova companhia, é aumentar as vendas para os Estados Unidos. No ano passado, apenas 30% dos 268 milhões de toneladas que a companhia exportou foram para aquele país.
A CSN e a Corus têm feito esforços para aumentar os negócios nos EUA. A companhia brasileira adquiriu em 2001 a siderúrgica Heartland Steel por US$ 50 milhões. A Corus possui naquele país uma usina que processa sucata, entre outros produtos.
"Pretendemos aumentar os negócios com os americanos. Vamos adquirir novos equipamentos de processamento de aço e expandir nossa produção na mina de ferro Casa de Pedra, em Minas Gerais", afirmou Steinbruch. A produção da mina deve passar de 8 milhões de toneladas anuais para 30 milhões em três anos.

Presidência
Foi justamente a facilidade de acesso ao minério de ferro, assim como o melhor desempenho (a Corus deu prejuízo de US$ 894,21 milhões em 2001), que garantiu a Steinbruch o direito de presidir a CSN/Corus a partir de 2004. Isso apesar de o acordo assinado ontem prever que a companhia brasileira terá maioria simples de 37,6% das ações do novo grupo. Os outros papéis estão nas mãos de fundos de investimentos ou pulverizados.
Segundo Steinbruch, o acordo com a Corus garante a administração do novo grupo pela CSN, sem risco de os outros sócios assumirem a administração da empresa posteriormente. "Temos direito de veto."
A fusão da CSN/Corus somente será concretizada depois de a empresa brasileira realizar uma transferência interna de ações para uma nova companhia, a CSN HoldCo. Com a criação da empresa, a CSN passaria a ter 37,6% da CSN/Corus.
"Para garantir a adesão total dos acionistas da CSN na criação da CSN HoldCo, necessitamos de 50% mais um dos votos", disse Steinbruch. Como o grupo Vicunha Siderurgia (de Steinbruch e da família Rabinovich) possui 46,48% das ações da CSN, a operação é praticamente certa.
Com a criação da CSN HoldCo, essa companhia e a Corus farão troca de ações que resultará no novo grupo internacional.



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