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Temor de calote cresce em bancos públicos
Caixa Econômica e Banco do Brasil aceleram ritmo de provisões contra inadimplência no primeiro semestre, e ganhos diminuem
Qualidade do crédito piorou no período, segundo analistas, apesar de o
problema não ser exclusivo dos novos empréstimos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os bancos públicos, que
avançaram no vácuo deixado
pelas instituições privadas, tiveram de acelerar a constituição de provisões e estão quase
sem gordura adicional caso
ocorra uma piora na inadimplência, segundo analistas.
No último trimestre do ano
passado, a Caixa Econômica
Federal e o Banco do Brasil decidiram fazer provisões extras,
acima do mínimo exigido pelo
Banco Central com base na
avaliação de risco de cada cliente. No total, a Caixa provisionou R$ 1,261 bilhão no período,
sendo que R$ 635 milhões adicionais ao mínimo exigido.
Seis meses depois, foi necessário elevar as reservas em
mais R$ 1,548 bilhão. A diferença é que, neste ano, não há gasto
extra por precaução.
Segundo analistas, o atual nível de provisionamento indica
que a piora na qualidade da carteira era uma expectativa que
está se concretizando. O aumento da provisão consome
parte do lucro que o banco tem
com as suas atividades.
Não fosse isso, o lucro da Caixa poderia ter sido R$ 1,5 bilhão
maior no primeiro semestre.
O BB também seguiu a mesma linha e, no último trimestre
de 2008, fez uma provisão extra
de R$ 1,7 bilhão. Bradesco e
Santander também elevaram
as reservas contra calotes.
Para analistas, a aceleração
das provisões não quer dizer
que o problema da inadimplência venha necessariamente
com os novos clientes. Isso porque os atrasos podem ocorrer
com os empréstimos antigos.
Mas é fato que piorou a qualidade do crédito, segundo analistas. O número só não reflete
uma alta brusca da inadimplência porque os atrasos de pagamentos são diluídos numa base
maior de clientes dos bancos.
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