São Paulo, terça-feira, 18 de agosto de 2009

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Temor de calote cresce em bancos públicos

Caixa Econômica e Banco do Brasil aceleram ritmo de provisões contra inadimplência no primeiro semestre, e ganhos diminuem

Qualidade do crédito piorou no período, segundo analistas, apesar de o problema não ser exclusivo dos novos empréstimos


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os bancos públicos, que avançaram no vácuo deixado pelas instituições privadas, tiveram de acelerar a constituição de provisões e estão quase sem gordura adicional caso ocorra uma piora na inadimplência, segundo analistas.
No último trimestre do ano passado, a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil decidiram fazer provisões extras, acima do mínimo exigido pelo Banco Central com base na avaliação de risco de cada cliente. No total, a Caixa provisionou R$ 1,261 bilhão no período, sendo que R$ 635 milhões adicionais ao mínimo exigido.
Seis meses depois, foi necessário elevar as reservas em mais R$ 1,548 bilhão. A diferença é que, neste ano, não há gasto extra por precaução.
Segundo analistas, o atual nível de provisionamento indica que a piora na qualidade da carteira era uma expectativa que está se concretizando. O aumento da provisão consome parte do lucro que o banco tem com as suas atividades.
Não fosse isso, o lucro da Caixa poderia ter sido R$ 1,5 bilhão maior no primeiro semestre.
O BB também seguiu a mesma linha e, no último trimestre de 2008, fez uma provisão extra de R$ 1,7 bilhão. Bradesco e Santander também elevaram as reservas contra calotes.
Para analistas, a aceleração das provisões não quer dizer que o problema da inadimplência venha necessariamente com os novos clientes. Isso porque os atrasos podem ocorrer com os empréstimos antigos.
Mas é fato que piorou a qualidade do crédito, segundo analistas. O número só não reflete uma alta brusca da inadimplência porque os atrasos de pagamentos são diluídos numa base maior de clientes dos bancos.


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