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Exportadores brasileiros temem
queda das vendas para a Rússia
ANA FLORENCE
da Reportagem Local
A crise econômica na Rússia já
está preocupando os exportadores. Afinal, o país é o maior consumidor mundial dos principais
produtos do agrobusiness brasileiro, como café e açúcar.
"Ainda não podemos avaliar o
efeito da desvalorização do rublo.
Mas as medidas irão afetar não só
o Brasil, como outros países exportadores", disse o diretor-executivo da Abics (Associação Brasileira das Indústrias de Café Solúvel), Mauro Malta.
Levantamento realizado pela Folha em final de junho já constatava
perdas de pelo menos US$ 180 milhões na receita das exportações
para a Rússia e para os países asiáticos nos primeiros quatro meses
deste ano, em relação ao mesmo
período do ano passado.
Desde 1995, as exportações brasileiras de café solúvel vêm perdendo sua competitividade no
mercado russo, maior consumidor mundial.
Depois de exportar 11.768 toneladas de café solúvel no primeiro
semestre de 1994 (cerca de 38% do
total), o volume de vendas caiu
gradativamente.
No primeiro semestre deste ano,
foram exportadas 4.549 toneladas
( 24,2% do total). A queda, no entanto, foi provocada mais pelo aumento do custo do café verde no
mercado interno, do que pela queda de consumo externo. "O agravamento da crise russa, contudo,
nos atemoriza, considerando as
implicações nos negócios", afirmou o diretor-executivo da Abics.
Para os exportadores de açúcar,
a preocupação é a mesma. No início do ano, a Rússia -maior importador mundial de açúcar- reduziu suas compras e provocou
uma forte queda no preço mundial do produto.
A Rússia já fechou os seus contratos de importação de açúcar
com o Brasil em 98. A preocupação é com os contratos futuros, de
acordo com a Unica (União da
Agroindústria Canavieira do Estado de São Paulo.
Já no caso do frango, as exportações sempre foram intermitentes.
O Brasil vendeu para o mercado
externo US$ 840 milhões em frango no ano passado. Desse total,
apenas US$ 40 milhões para a Rússia (5% do total exportado).
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