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MERCADO FINANCEIRO
Moratória russa faz Bolsa de SP cair 1,53%
da Reportagem Local
A Bolsa de Valores de São Paulo
fechou ontem em baixa de 1,53%
por conta da moratória e da desvalorização cambial na Rússia.
Com uma notícia negativa dessa
importância, o tombo poderia ter
sido maior. O máximo que a Bolsa
caiu ontem foi 2,87%.
Segundo analistas, a Bolsa de
Valores de Nova York, com alta de
1,78%, a maior em dois meses,
ajudou a segurar o preço das ações
em São Paulo.
Para os investidores de Wall
Street, a crise da Ásia e da Rússia já
está embutida nos preços das
ações. Houve caça às barganhas
ontem. Desde o pico, em 17 de julho, o índice Dow Jones, das 30
ações mais negociadas em Nova
York, perdeu 9,8% de seu valor até
o fechamento de sexta-feira.
A maior recuperação, ontem em
Nova York, ficou por conta da
ação da Pfizer, que chegou a cair
15% desde seu pico de alta em
meados de julho. O anúncio de
venda da Conoco pela DuPont
também animou os investidores.
Em São Paulo, os preços das
ações estão reduzidos, com a Bolsa
acumulando desvalorização de
19,59% no mês. Para analistas, o
mercado paulista também já tinha
embutido parcialmente em seus
preços uma desvalorização cambial ou moratória russa.
Entre as dez ações mais negociadas em São Paulo, uma chegou a
apresentar alta ontem, de 1,41%:
Eletrobrás ON (com direito a voto). Em dia de vencimento de opções, a Bolsa girou R$ 1,46 bilhão.
O real sofreu desvalorização de
0,09% ontem, com o dólar comercial para venda passando de R$
1,1719 para R$ 1,1730, em um dia
considerado calmo pelos analistas. No mês, o real acumula desvalorização de 0,85%.
Nos mercados de juros, o Banco
Central voltou a intervir tomando
dinheiro por um dia a 19,19% ao
ano, contra 19,21% na sexta-feira.
As taxas nos negócios com Certificados de Depósito Interbancário
subiram de 19,19% ao ano na sexta-feira para 19,20% ontem.
Nos mercados futuros, um nervosismo chegou a se desenhar. Os
contratos para vencimento em novembro, por exemplo, passaram a
projetar taxas de juros de 21,34%
ao ano e desvalorização cambial
de 0,87% ao mês ontem, contra
20,86% e 0,84% na sexta-feira.
Hoje, o Tesouro vende 1,5 milhão de títulos pós-fixados com
vencimento em 12 de maio de 99.
(CRISTIANE PERINI LUCCHESI)
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