São Paulo, terça, 18 de agosto de 1998

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MERCADO FINANCEIRO

Moratória russa faz Bolsa de SP cair 1,53%

da Reportagem Local

A Bolsa de Valores de São Paulo fechou ontem em baixa de 1,53% por conta da moratória e da desvalorização cambial na Rússia.
Com uma notícia negativa dessa importância, o tombo poderia ter sido maior. O máximo que a Bolsa caiu ontem foi 2,87%.
Segundo analistas, a Bolsa de Valores de Nova York, com alta de 1,78%, a maior em dois meses, ajudou a segurar o preço das ações em São Paulo.
Para os investidores de Wall Street, a crise da Ásia e da Rússia já está embutida nos preços das ações. Houve caça às barganhas ontem. Desde o pico, em 17 de julho, o índice Dow Jones, das 30 ações mais negociadas em Nova York, perdeu 9,8% de seu valor até o fechamento de sexta-feira.
A maior recuperação, ontem em Nova York, ficou por conta da ação da Pfizer, que chegou a cair 15% desde seu pico de alta em meados de julho. O anúncio de venda da Conoco pela DuPont também animou os investidores.
Em São Paulo, os preços das ações estão reduzidos, com a Bolsa acumulando desvalorização de 19,59% no mês. Para analistas, o mercado paulista também já tinha embutido parcialmente em seus preços uma desvalorização cambial ou moratória russa.
Entre as dez ações mais negociadas em São Paulo, uma chegou a apresentar alta ontem, de 1,41%: Eletrobrás ON (com direito a voto). Em dia de vencimento de opções, a Bolsa girou R$ 1,46 bilhão.
O real sofreu desvalorização de 0,09% ontem, com o dólar comercial para venda passando de R$ 1,1719 para R$ 1,1730, em um dia considerado calmo pelos analistas. No mês, o real acumula desvalorização de 0,85%.
Nos mercados de juros, o Banco Central voltou a intervir tomando dinheiro por um dia a 19,19% ao ano, contra 19,21% na sexta-feira. As taxas nos negócios com Certificados de Depósito Interbancário subiram de 19,19% ao ano na sexta-feira para 19,20% ontem.
Nos mercados futuros, um nervosismo chegou a se desenhar. Os contratos para vencimento em novembro, por exemplo, passaram a projetar taxas de juros de 21,34% ao ano e desvalorização cambial de 0,87% ao mês ontem, contra 20,86% e 0,84% na sexta-feira.
Hoje, o Tesouro vende 1,5 milhão de títulos pós-fixados com vencimento em 12 de maio de 99.
(CRISTIANE PERINI LUCCHESI)


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