DA REDAÇÃO

As cotações do petróleo recuaram ontem, um dia depois de o Iraque ter anunciado que permitirá o trabalho de inspetores de armas da ONU (Organização das Nações Unidas) em seu território, o que talvez adie um ataque norte-americano. Mas os preços permaneceram elevados, porque o governo dos EUA cobrou mais resolução da ONU e não se mostrou plenamente satisfeito com as concessões de Saddam Hussein.
"Há uma suspeita generalizada de que o Iraque não respeitará as exigências", disse o analista de petróleo Jim Ritterbusch.
Em Nova York, o barril chegou a cair para US$ 28,35, mas, ao final do pregão, era negociado a US$ 29,08, uma queda de 2% em relação ao pregão anterior. Em Londres, o preço do barril recuou 1,9%, para US$ 27,97.
"O mercado acredita que o Iraque não conseguirá evitar um ataque por muito tempo", afirmou Tim Evans, analista sênior da consultoria IFR-Pegasus.
Amanhã, em uma reunião em Osaka (Japão), a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) decidirá se manterá as atuais cotas de produção ou se eleva a oferta do produto. A expectativa é que não haja alteração, a despeito do alerta de analistas de que a produção do cartel está muito baixa, o que pode manter as cotações sob pressão e comprometer a recuperação da economia mundial.
No ano passado, por causa da acentuada desvalorização do petróleo, que trouxe as cotações para um nível inferior a US$ 20, a Opep decidiu frear o ritmo de extração. A produção dos países-membros recuou para o menor volume dos últimos dez anos.
Mas as cotações dispararam com a tensão no Oriente Médio e com a recuperação na atividade da economia global. Além disso, as reservas mundiais estão abaixo dos níveis considerados normais para esta época. Os estoques, que deveriam aumentar, por causa da proximidade do inverno no hemisfério Norte, estão caindo.