FABIANA FUTEMA
DA FOLHA ONLINE

O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, sinalizou ontem que o governo pode aumentar o superávit primário, hoje de 4,25% do PIB. "Em gestão de política fiscal, sempre tem essa possibilidade [de elevar o superávit primário]. Mas eu não gostaria de fazer a discussão sobre a meta", disse Appy.
O ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) defende, nos bastidores, que aumentar o esforço fiscal seria uma das formas de reduzir a necessidade de elevações na taxa básica de juros (Selic).
Appy disse em São Paulo que a elevação da meta de superávit pode trazer algumas vantagens para o país. "[Temos] a vantagem de sinalizar uma política de redução mais rápida para a relação dívida/PIB. E de sinalizar que, havendo espaço fiscal, [esse espaço] pode ser usado para reduzir a tributação. Pode ser usado para aumentar o superávit primário."
Outro secretário do ministério, Joaquim Levy (Tesouro), também falou em "possibilidade" ontem ao ser questionado sobre o assunto. "Conforme o ministro Palocci já mencionou, a política fiscal sempre dará apoio adequado às políticas macroeconômica e monetária do governo. Nesse sentido, sempre há uma possibilidade", afirmou Levy no Rio.
Já o diretor de Normas do Banco Central, Sergio Darcy, afirmou em Brasília que "não é uma má idéia" elevar a meta de superávit primário para o próximo ano.