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Mercado fala em mudança de cálculo
DA REPORTAGEM LOCAL
A queda da taxa básica de
juros tende a tornar cada vez
mais próxima da Selic a rentabilidade da poupança. Pagando TR (2,3%) mais 6% de
juros ao ano, a mais tradicional aplicação do país terá que
ser repensada, segundo analistas. Em 2007, a expectativa do mercado é que a Selic
chegue a 12,77% no final do
ano - está hoje em 14,25%.
Uma das possibilidades
discutidas no mercado é a extinção da TR. "Mas não acho
que isso seja possível", diz
Décio Tenerello, presidente
da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança).
Ele lembra que a TR é,
também o indexador dos
contratos do SFH (Sistema
Financeiro da Habitação). Se
for extinta na captação, o
mesmo deve ocorrer na ponta oposta - a do crédito imobiliário. "O que faremos com
os milhares de contratos já
firmados?", questiona.
A desindexação dos novos
contratos imobiliários, com
o fim da TR, encontrou forte
resistência dos bancos e acabou sendo expurgada do recente pacote imobiliário.
Outra opção que se discute
é a redução da taxa de juros
de 6% ao ano da poupança.
Também essa alternativa é
difícil. A rentabilidade atual
não tem conseguido atrair
novos poupadores - de dezembro a agosto último a
captação líquida ficou negativa em R$ 6,4 bilhões.
O saldo dos depósitos das
cadernetas, de R$ 135,5 bilhões em agosto, encolheu
em relação a dezembro passado, se for descontado o
rendimento creditado desde
aquela data, diz Tenerello.
"Em 2005, a poupança só teve captação positiva em três
meses, e neste ano está negativa desde janeiro", observa.
Se o rendimento encolher
e os poupadores migrarem
para outros ativos, os recursos para o crédito imobiliário
encolhem, afetando um setor que o governo quer estimular - o da construção civil- para alavancar o PIB.
"A rentabilidade da poupança é de 65% a 67% da taxa
líquida média dos CDBs.
"Temos de achar um modelo
que mantenha essa mesma
correlação com a queda da
Selic", diz a Abecip.
(SB)
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