São Paulo, quinta-feira, 18 de setembro de 2008

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Estatal do pré-sal terá estrutura enxuta, diz Lula

Empresa não vai se sobrepor à Petrobras, afirma

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A estatal que tomará conta do petróleo da camada pré-sal terá estrutura enxuta e não irá se sobrepor ao trabalho da Petrobras. Segundo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a idéia do governo é criar uma "pequena empresa" de forma a garantir que a União tenha o controle do petróleo do pré-sal. "Quando falamos em empresa estatal, nós não queremos criar uma outra Petrobras. Na verdade, é outra coisa, parecida com o que acontece na Noruega. É um fundo, uma pequena empresa, que na Noruega deve ter 60 funcionários, que é o Estado cuidando do petróleo", disse, em entrevista veiculada ontem à noite pela TV Brasil. Lula disse que essa estatal, ainda apresentada por ele como hipótese, negociará o preço e venderá o petróleo. "A única coisa que está decidida é que o petróleo é da União. E, portanto, a União tem que cuidar." Segundo ele, além de investir na educação, os recursos obtidos com a extração e venda do petróleo servirão para fortalecer a Petrobras e a indústria naval e até para que a União aumente seu capital na estatal. "Uma das hipóteses é utilizar parte do petróleo para aumentar o capital da União na Petrobras", ressaltou o presidente. Segundo Lula, todas as mudanças e a definição do novo marco regulatório para o setor serão discutidos com a sociedade antes de se tornarem uma política do governo. "Daqui a 10, 15 anos, quando eu já não existir mais, quero estar lá no céu, tranqüilo de que o povo brasileiro está usufruindo de uma riqueza que é dele e que está regulamentada a partir da vontade desse povo", disse.
Inauguração
Lula inaugurará hoje a P-53, primeira plataforma a ser montada no pólo da indústria naval no Sul. Lula também deverá anunciar a montagem, no pólo naval de Rio Grande, de mais uma plataforma, a P-55, cujos contratos já foram aprovados pela Petrobras. Com capacidade para extrair 180 mil barris por dia (7% da atual produção nacional), a P-53 será rebocada para o campo de Marlim Leste, a 120 km da costa do Rio de Janeiro, e deve chegar ao topo da produção no segundo semestre de 2009. Segundo a Petrobras, a construção da P-53 consumiu em torno de R$ 1,7 bilhão -metade do investimento total da exploração comercial do campo de Marlim Leste, onde o petróleo será retirado de 13 poços localizados a 2.500 metros em relação ao nível do mar.


Colaborou GRACILIANO ROCHA, da Agência Folha, em Rio Grande (RS)


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