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São Paulo, sábado, 18 de outubro de 2003

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MERCADO FINANCEIRO

À espera de compras de dólar pelo governo, mercado leva moeda norte-americana a subir 0,67%

Investidores vendem ativos brasileiros

DA REPORTAGEM LOCAL

Outras notícias positivas para o Brasil terão de ser divulgadas para que o mercado financeiro retome o movimento de compras de ativos iniciado há duas semanas e freado nos últimos dois dias. Ontem, novamente, investidores venderam ações e títulos da dívida externa brasileiros e compraram dólares no país.
Com isso, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) recuou 0,92%. O volume de negócios voltou a ficar abaixo da média de R$ 1 bilhão, atingindo R$ 903,8 milhões. Segundo analistas, os investidores estrangeiros, que vinham sustentando sozinhos a alta do mercado acionário, são, agora, os principais vendedores.
O dólar comercial também subiu novamente. Fechou cotado a R$ 2,869, com alta de 0,67%. Embora não tenha percebido movimento de compra por parte do Banco do Brasil, instituição pública que adquire dólares para o Tesouro Nacional, o mercado espera que o governo faça algo para frear a valorização do real logo.
Para operadores, o Tesouro poderá comprar dólares no mercado à vista ou antecipar leilões de recompra de títulos cambiais.
A expectativa faz sentido porque, com a forte concentração de vencimentos de dívida a partir de dezembro deste ano e no próximo ano, a tendência é que a moeda norte-americana suba. Esse seria um bom momento, então, para o Tesouro comprar os dólares que precisará em 2004.
Também teria contribuído para a alta do dólar ontem fortes compras de um banco europeu.
O risco-país voltou a subir e encerrou o dia acima de 600 pontos (608), em alta de 2,9%. O preço do C-Bond, principal título da dívida externa do país, oscilou pouco e fechou a US$ 0,9319.
Para Alexandre Maia, economista-chefe da Gap Asset Management, o mercado aproveitou os últimos dias para vender ativos e embolsar ganhos. Segundo ele, embora a tendência de otimismo em relação ao Brasil continue, investidores vão esperar por novas boas notícias. "Os próximos indicadores positivos de recuperação econômica deverão animar o mercado novamente", diz.
A grande expectativa do mercado na próxima semana é o resultado da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que decidirá o rumo da taxa de juros, hoje em 20% ao ano. Operadores apostam em um corte entre um e 1,5 ponto percentual.


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