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MERCADO FINANCEIRO
À espera de compras de dólar pelo governo, mercado leva moeda norte-americana a subir 0,67%
Investidores vendem ativos brasileiros
DA REPORTAGEM LOCAL
Outras notícias positivas para o
Brasil terão de ser divulgadas para
que o mercado financeiro retome
o movimento de compras de ativos iniciado há duas semanas e
freado nos últimos dois dias. Ontem, novamente, investidores
venderam ações e títulos da dívida externa brasileiros e compraram dólares no país.
Com isso, a Bovespa (Bolsa de
Valores de São Paulo) recuou
0,92%. O volume de negócios voltou a ficar abaixo da média de
R$ 1 bilhão, atingindo R$ 903,8
milhões. Segundo analistas, os investidores estrangeiros, que vinham sustentando sozinhos a alta
do mercado acionário, são, agora,
os principais vendedores.
O dólar comercial também subiu novamente. Fechou cotado a
R$ 2,869, com alta de 0,67%. Embora não tenha percebido movimento de compra por parte do
Banco do Brasil, instituição pública que adquire dólares para o Tesouro Nacional, o mercado espera que o governo faça algo para
frear a valorização do real logo.
Para operadores, o Tesouro poderá comprar dólares no mercado à vista ou antecipar leilões de
recompra de títulos cambiais.
A expectativa faz sentido porque, com a forte concentração de
vencimentos de dívida a partir de
dezembro deste ano e no próximo
ano, a tendência é que a moeda
norte-americana suba. Esse seria
um bom momento, então, para o
Tesouro comprar os dólares que
precisará em 2004.
Também teria contribuído para
a alta do dólar ontem fortes compras de um banco europeu.
O risco-país voltou a subir e encerrou o dia acima de 600 pontos
(608), em alta de 2,9%. O preço do
C-Bond, principal título da dívida
externa do país, oscilou pouco e
fechou a US$ 0,9319.
Para Alexandre Maia, economista-chefe da Gap Asset Management, o mercado aproveitou os
últimos dias para vender ativos e
embolsar ganhos. Segundo ele,
embora a tendência de otimismo
em relação ao Brasil continue, investidores vão esperar por novas
boas notícias. "Os próximos indicadores positivos de recuperação
econômica deverão animar o
mercado novamente", diz.
A grande expectativa do mercado na próxima semana é o resultado da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que
decidirá o rumo da taxa de juros,
hoje em 20% ao ano. Operadores
apostam em um corte entre um e
1,5 ponto percentual.
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