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PECUÁRIA
Ministro diz que brasileiros são "campeões" em atribuir seus males aos paraguaios e diz que país foi invadido por técnicos
Paraguai nega culpa e vê ação "vil" do Brasil
DA FOLHA ONLINE
Irritado com as acusações de
que seria responsável pelo foco de
febre aftosa em Mato Grosso do
Sul, o governo paraguaio acusou
ontem o Brasil de ter enviado técnicos ao país vizinho sem permissão com o objetivo de tentar localizar provas da origem da doença.
Segundo o ministro paraguaio
de Agricultura e Pecuária, Gustavo Ruiz Díaz, os técnicos foram
enviados antes mesmo de a comunidade internacional ser avisada sobre a existência da doença.
"Isso [o envio da missão ao Paraguai] aconteceu antes que eles
[o Brasil] declarassem a existência
de aftosa em seu território. Entraram, revisaram e não encontraram nada. Caso contrário, teriam
denunciado", disse o ministro.
Em caso de comprovação de
um foco, para evitar que a aftosa
se alastre, o Brasil precisa prontamente informar à OIE (Organização Mundial de Saúde Animal), o
Panaftosa (Centro Pan-Americano de Febre Aftosa) e os países vizinhos.
Técnicos do Ministério da Agricultura disseram à Folha Online
que, após a comunicação do foco,
o Brasil tentou negociar o envio
de observadores brasileiros ao
país, mas o pedido foi rejeitado.
O foco de aftosa foi encontrado
na cidade sul-matogrossense de
Eldorado, localizada a cerca de 50
km da fronteira com o Paraguai.
Na semana passada, o governador do Mato Grosso do Sul, Zeca
do PT, chegou a acusar o país vizinho de ter sido responsável pelo
reaparecimento da doença no
Brasil, sugerindo que focos de aftosa surgem sempre em zonas de
fronteira.
O ministro paraguaio repudiou
as acusações: "Foi uma jogada
muito vil. Eles [os brasileiros] são
campeões em nos atribuir seus
males", criticou.
O ministro afirmou que a Chancelaria paraguaia vai decidir se
apresenta um protesto formal ao
governo brasileiro. Ele, no entanto, vai denunciar o país no comitê
permanente criado pelo Mercosul
para controlar a febre aftosa, que
se reúne em Montevidéu amanhã.
Exército
O comandante das forças militares do Paraguai, general Key
Kanazawa, disse que aviões Tucano e helicópteros realizam vôos
diários para detectar e evitar a
eventual entrada de gado brasileiro no país vizinho. Além disso,
lanchas da Marinha patrulham o
rio Paraná, localizado na divisa
entre os dois países.
Com agências internacionais
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