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POLÍTICA MONETÁRIA
Analistas e investidores divergem apenas quanto ao tamanho do corte, que deve ser de 0,25 ou 0,50 ponto
Mercado aposta em nova queda dos juros
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma nova redução na taxa básica de juros, na reunião que o Copom realiza entre hoje e amanhã,
é tida como certa no mercado financeiro. A única divergência entre analistas e investidores é quanto ao tamanho no corte que virá.
Ninguém espera que o Copom
(Comitê de Política Monetária)
realize uma redução expressiva
na taxa básica Selic, que está em
19,50% anuais. A grande maioria
das estimativas se divide entre
0,25 e 0,50 ponto percentual.
Joel Bogdanski, gerente de política monetária do Banco Itaú, faz
parte da parcela que afirma que a
taxa deve ser reduzida para 19%
neste encontro do Copom -que
reúne diretores e o presidente do
Banco Central.
"O Banco Central dará continuidade ao processo gradual de
reduções dos juros. A taxa básica
foi elevada para conter um surto
inflacionário, que demonstra já
estar debelado", diz Bogdanski.
A redução da taxa Selic sempre
é uma notícia positiva. Isso porque ela serve de referência para as
outras taxas de juros praticadas
no mercado. Mas um corte na Selic não significa que as outras taxas, como a do crédito pessoal,
cairão na mesma magnitude.
Analistas explicam que outros
fatores, como inadimplência e demanda por crédito, têm peso importante na definição das taxas finais, tanto para a pessoa física como para a jurídica.
Lentidão
No mês passado, o BC cortou a
Selic de 19,75% para 19,50%, dando início ao processo de redução
dos juros básicos, como pediam
vários setores da economia.
Para o fim do ano, o mercado
projeta, na média, que a Selic estará em 18% anuais, segundo pesquisa semanal do Banco Central.
Mas esse cenário de queda levará
ainda algum tempo para ter um
impacto mais relevante sobre os
juros reais da economia.
Os juros reais são calculados
considerando a taxa atual e descontando dela a inflação futura.
Mesmo que o BC reduza a Selic
para 19% amanhã, os juros reais
ainda serão, de longe, os maiores
do mundo, ficando em 13,67%
-considerando a projeção do
mercado para o IPCA nos próximos 12 meses, de 4,69%.
A taxa real é acompanhada pelo
setor empresarial para planejar
seus investimentos futuros.
A última pesquisa realizada pela
consultoria GRC Visão mostrou
que o país com a segunda maior
taxa real de juros do mundo era a
China, com 6,3%.
No pregão da BM&F (Bolsa de
Mercadorias & Futuros) de ontem, houve queda nas projeções
para as taxas de juros.
A taxa no contrato DI -que
mostra a expectativa dos investidores para a reunião do Copom- caiu de 19,22% para
19,17% anuais.
No contrato DI mais negociado
no pregão, que vence em janeiro
de 2007, a taxa recuou de 17,79%
para 17,72% ao ano.
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