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BrT prevê verba do BNDES para investir
Recursos serão destinados ao incremento da rede e para tecnologia da informação, segundo vice-presidente financeiro
Empréstimo de R$ 2,1 bi não será usado para compra das ações da operadora em poder da Telecom Italia
ou do grupo Opportunity
JANAÍNA LEITE
ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA
O empréstimo de R$ 2,1 bilhões feito pelo BNDES (Banco
Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social) à Brasil
Telecom não servirá para a
aquisição das ações da operadora em poder da Telecom Italia ou do grupo Opportunity.
"Esses recursos chegaram
com um fim específico. É dinheiro carimbado, que vai para
o incremento da rede e para investimentos em tecnologia da
informação", explicou à Folha
o vice-presidente financeiro da
BrT, Charles Laganá Putz.
Segundo ele, a comparação
desfavorável entre o desempenho registrado pela BrT neste
ano e o das concorrentes é fruto de uma distorção. "É preciso
expurgar da comparação os números da telefonia celular, porque as atividades nessa área começaram bem depois de iniciadas pelas demais", avaliou. "É
um mercado muito concorrido,
mas que se mostrará cada vez
mais rentável com a maturidade dos investimentos."
A BrT atende a chamada Região 2 (Acre, Rondônia, Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul,
Tocantins, Goiás, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e
Distrito Federal), equivalente a
24% da população brasileira. A
concessionária é alvo de acirrada disputa societária entre seus
quatro principais donos: fundos de pensão, Citigroup, Telecom Italia e Opportunity.
No ano passado, a BrT obteve receita bruta de R$ 15 bilhões. Neste ano, conforme o
balanço da empresa, a receita
líquida encolheu 2,9% no segundo trimestre ante igual período de 2005. Em igual intervalo de tempo, a receita líquida
da Telemar diminuiu 1,5%. A
da Telefônica aumentou 2,1%.
Putz observou que a receita
bruta do segmento móvel aumentou de R$ 211 milhões para
R$ 375 milhões entre o segundo trimestre do ano passado e o
deste ano. O mesmo aconteceu
com os acessos banda larga,
elevados em 33%. "Nós nos
preocupamos muito com a
qualidade do serviço. Todas as
metas impostas pela Anatel
[Agência Nacional de Telecomunicações] foram atendidas,
o número de reclamações foi
reduzido e passamos do último
lugar para o primeiro quanto
ao índice de confiança do consumidor", disse o executivo.
A dívida da BrT era de R$ 1,9
bilhão em 30 de junho. A maior
parte dos créditos (53%) é devida ao BNDES. No dia 6, o
banco concedeu financiamento de R$ 2,1 bilhões BrT.
Redesenho
Para Putz, o conflito societário atualmente não interfere no
desempenho da BrT. Ele admitiu, no entanto, que o mercado
veria com bons olhos uma consolidação da estrutura societária da empresa, bastante intrincada. "Mas isso é algo complicado, passa pelo acerto dos
acionistas", ressalvou.
Putz adiantou que as subsidiárias da operadora serão
reestruturadas. As 26 empresas
hoje existentes serão reduzidas
à metade. "Com o novo modelo,
ficaremos com as seguintes linhas de negócio: telefonia celular, transmissão de dados e telefonia fixa, datacenter, internet e cabos submarinos."
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