São Paulo, quarta-feira, 18 de outubro de 2006

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BrT prevê verba do BNDES para investir

Recursos serão destinados ao incremento da rede e para tecnologia da informação, segundo vice-presidente financeiro

Empréstimo de R$ 2,1 bi não será usado para compra das ações da operadora em poder da Telecom Italia ou do grupo Opportunity


JANAÍNA LEITE
ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA

O empréstimo de R$ 2,1 bilhões feito pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) à Brasil Telecom não servirá para a aquisição das ações da operadora em poder da Telecom Italia ou do grupo Opportunity.
"Esses recursos chegaram com um fim específico. É dinheiro carimbado, que vai para o incremento da rede e para investimentos em tecnologia da informação", explicou à Folha o vice-presidente financeiro da BrT, Charles Laganá Putz.
Segundo ele, a comparação desfavorável entre o desempenho registrado pela BrT neste ano e o das concorrentes é fruto de uma distorção. "É preciso expurgar da comparação os números da telefonia celular, porque as atividades nessa área começaram bem depois de iniciadas pelas demais", avaliou. "É um mercado muito concorrido, mas que se mostrará cada vez mais rentável com a maturidade dos investimentos."
A BrT atende a chamada Região 2 (Acre, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Goiás, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e Distrito Federal), equivalente a 24% da população brasileira. A concessionária é alvo de acirrada disputa societária entre seus quatro principais donos: fundos de pensão, Citigroup, Telecom Italia e Opportunity.
No ano passado, a BrT obteve receita bruta de R$ 15 bilhões. Neste ano, conforme o balanço da empresa, a receita líquida encolheu 2,9% no segundo trimestre ante igual período de 2005. Em igual intervalo de tempo, a receita líquida da Telemar diminuiu 1,5%. A da Telefônica aumentou 2,1%.
Putz observou que a receita bruta do segmento móvel aumentou de R$ 211 milhões para R$ 375 milhões entre o segundo trimestre do ano passado e o deste ano. O mesmo aconteceu com os acessos banda larga, elevados em 33%. "Nós nos preocupamos muito com a qualidade do serviço. Todas as metas impostas pela Anatel [Agência Nacional de Telecomunicações] foram atendidas, o número de reclamações foi reduzido e passamos do último lugar para o primeiro quanto ao índice de confiança do consumidor", disse o executivo.
A dívida da BrT era de R$ 1,9 bilhão em 30 de junho. A maior parte dos créditos (53%) é devida ao BNDES. No dia 6, o banco concedeu financiamento de R$ 2,1 bilhões BrT.

Redesenho
Para Putz, o conflito societário atualmente não interfere no desempenho da BrT. Ele admitiu, no entanto, que o mercado veria com bons olhos uma consolidação da estrutura societária da empresa, bastante intrincada. "Mas isso é algo complicado, passa pelo acerto dos acionistas", ressalvou.
Putz adiantou que as subsidiárias da operadora serão reestruturadas. As 26 empresas hoje existentes serão reduzidas à metade. "Com o novo modelo, ficaremos com as seguintes linhas de negócio: telefonia celular, transmissão de dados e telefonia fixa, datacenter, internet e cabos submarinos."


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