São Paulo, sábado, 18 de outubro de 2008

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Bolsa garante alta de 2,2% na semana

Após mais um pregão de intenso sobe-e-desce, Bovespa registra leve baixa de 0,12%; na máxima do dia, subiu 5,21%

Das 66 ações do Ibovespa, 52 terminaram a semana com valorização; dólar tem mais um dia de queda, para encerrar vendido a R$ 2,12

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O fechamento do pregão de ontem, quando foi registrada baixa de 0,12%, não ilustra bem o que foi o dia na Bolsa de Valores de São Paulo. Dentro da tônica que tem dominado os mercados, expressivas oscilações, com alternâncias de momentos de perdas e de ganhos, marcaram os negócios de ontem.
Em seu momento mais forte, a Bovespa registrou valorização de 5,21%, ontem. Em seu piso no pregão, recuou 1,67%.
Aos 36.399 pontos, o índice Ibovespa registrou alta de 2,22% na semana. Mas as perdas acumuladas no mês seguem muito elevadas, em 26,53%. No ano, a queda registrada pela Bolsa paulista está em 43,03%.
No mercado de câmbio, que tem sido influenciado pelas atuações do BC, o dólar encerrou em baixa de 1,99%, cotado a R$ 2,12. Na semana, a queda do dólar ficou em 8,38%. Ontem, o BC anunciou nova medida, que é a realização de leilões para ofertar dólares destinados a financiar as exportações.
O resultado favorável das ações de maior peso na composição do Ibovespa (principal índice da Bolsa paulista) ajudou o mercado brasileiro a recuar menos do que o norte-americano ontem. Em Nova York, o Dow Jones, que é o índice que agrupa as 30 ações americanas de maior liquidez, encerrou com depreciação de 1,41%.
A Petrobras conseguiu ontem voltar a se apreciar, em um dia marcado pela alta do barril de petróleo em Nova York. Mas, apesar da valorização de 3,55%, ontem, a ação PN da estatal terminou a semana com baixa de 4,2%.
Outro papel de elevada liquidez, o preferencial "A" da Vale, encerrou o pregão de ontem com ganhos de 3,62%.
Nesta semana, com a diminuição dos temores em relação ao risco de o sistema bancário internacional entrar em colapso, os mercados voltaram a focar suas atenções na temida ameaça de recessão econômica. Dessa forma, cada novo dado econômico conhecido tem agitado os pregões.
Nos últimos dias foram apresentados mais números decepcionantes da economia norte-americana. Ontem, por exemplo, foi anunciada a queda na construção de novas casas nos Estados Unidos, que recuou a seu mais baixo nível desde o começo de 1991.
No Brasil, apesar de a economia estar longe de uma recessão, os economistas começam a contar com um crescimento menos robusto à frente.
"Diante do atual cenário pouco animador, a economia brasileira também deve registrar menor crescimento ao longo do próximo ano. Com o aumento das incertezas, menor liquidez mundial e crédito mais restrito, estimamos uma desaceleração da taxa de crescimento do PIB brasileiro para 3,2% no próximo ano, após dois anos de crescimento acima de 5%", diz Maristella Ansanelli, economista-chefe do banco Fibra.
Na semana, a Bovespa viveu pregões bastante díspares: na segunda, houve valorização de 14,66%. Já na quarta, o mercado foi em sentido oposto, e a Bolsa recuou 11,39%.
Apesar dos dias ainda difíceis no mercado acionário, vários papéis tiveram apreciação elevada na semana. Foram 52 as altas dentre as 66 ações do Ibovespa. A ação PN da Ultrapar liderou os ganhos, com alta de 34,18% na semana, seguida por Nossa Caixa ON (24,88%) e Braskem PNA (22,08%).
Na outra ponta, a ação ordinária da Cosan foi a que mais caiu: 12,20%. Logo atrás apareceram BM&FBovespa ON, com baixa de 12,16%, e Petrobras ON, que recuou 8,9%.


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