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De onde os bancos centrais tiram dinheiro para injetar nos bancos?
Os bancos centrais, mesmo
os que estão formalmente subordinados a governos, como o
brasileiro, têm poder de decisão para movimentar diariamente enormes quantias, necessárias para a execução da
política monetária, ou seja, de
controle do volume de dinheiro
e crédito na economia.
Dos seus superpoderes, o
mais usual e importante são as
operações de mercado aberto,
em que se negociam títulos
com bancos. Quando querem
elevar a oferta de moeda e reduzir juros, os bancos centrais
compram títulos -como fizeram na semana passada os seis
principais BCs do mundo.
Quando se deseja um aperto
monetário, como o BC brasileiro vem fazendo para conter a
inflação, vendem-se títulos, e
há menos dinheiro na praça. Os
juros dessas operações servem
de base para as demais operações da economia e, por isso,
são chamados de "taxa básica".
Para regular a oferta de crédito, os bancos centrais recolhem parte dos depósitos em
contas correntes e aplicações
financeiras. Nos últimos dias, o
BC brasileiro liberou mais de
R$ 100 bilhões desse recolhimento compulsório para tentar
conter queda do volume de empréstimos e financiamentos.
Por fim, os bancos centrais
têm o papel de atender, a seu
critério, bancos que não conseguem obter no mercado recursos para operações diárias. Por
maiores que sejam, esses empréstimos à base de emissão de
moeda só resolvem problemas
momentâneos de liquidez.
Se o banco tem problemas
patrimoniais, ou seja, se o dinheiro dos devedores for insuficiente para saldar compromissos, seus donos têm de entrar com mais capital. Se não
têm dinheiro, a solução do momento é achar um sócio -o governo, ou, mais exatamente, dinheiro dos contribuintes.
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