São Paulo, domingo, 18 de novembro de 2007

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Aumento acelerado nas vendas acirra disputa no mercado de notebooks

DA REPORTAGEM LOCAL

As vendas de notebooks estão crescendo num ritmo tão acelerado que acirraram a disputa por esse mercado. Segundo a Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), de cada dez computadores vendidos em lojas no país, dois são notebooks. Até o final do ano, estima-se que serão vendidas 2,1 milhões de unidades, contra as 650 mil comercializadas em 2006.
Esses números estimularam os fabricantes tradicionais, como Positivo, HP e Dell, e também levaram empresas antes focadas em outros negócios a se voltarem aos notebooks.
A Itautec, por exemplo, destinou US$ 21 milhões à sua nova fábrica, em Jundiaí, no interior de São Paulo. Com isso, ela duplicou sua capacidade de produção de notebooks.
"Estamos preparados para 40 mil produtos por mês", afirma Jorge Luiz de Almeida, diretor comercial da empresa.
As atividades da fábrica em Jundiaí marcam a entrada da Itautec no time dos fabricantes que disputam volumes de vendas nas redes varejistas. Antes, ela negociava seus produtos com grandes empresas.
De acordo com Hélio Rotenberg, presidente da Positivo Informática, líder desse mercado, iniciativas como a da Itautec são esperadas. Afinal, a taxa de crescimento das vendas de notebooks se mantém em três dígitos nos últimos dois anos.
Nos primeiros nove meses de 2007, as vendas da Positivo passaram de 133 mil unidades contra as 22 mil do mesmo período de 2006. "É um aumento de 504%", diz Rotenberg.
Para ele, esses índices também explicam a chegada dos novos concorrentes, inclusive os de marcas desconhecidas. O problema é que, segundo os especialistas consultados pela Folha, boa parte dessas "novas entrantes" ampliou a produção sem respaldo para garantir a assistência técnica.

"Mercado cinza"
Outra complicação é o crescimento das vendas de "notebooks clones". Dados da Abinee indicam que essas mercadorias não-oficiais respondem por 36% do total das vendas e deverão chegar ao final desse ano em 42%.
"As lojas que antes vendiam desktops bem mais baratos que os oficiais agora estão negociando notebooks clonados", afirma Hugo Valério, diretor da Abinee.
Esse fenômeno chama a atenção dos consultores que auditam o mercado porque, nos últimos anos, os preços dos desktops (computadores e notebooks) caíram bastante.
Entre os PCs (computadores pessoais), essa queda foi tão grande que praticamente exterminou o chamado "mercado cinza" -aquele abastecido por produtos não-oficiais.
Por ainda contar com componentes importados que custam mais, os notebooks não registraram queda de preços tão acentuada quanto a verificado com os PCs.
Mesmo com os incentivos fiscais concedidos pelo governo federal ao setor e a queda do dólar ante o real, a fabricação dos notebooks ainda não permite a competição em pé de igualdade com os "clones". (JW)


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