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São Paulo, quinta-feira, 18 de dezembro de 2003

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INVESTIMENTOS

Depois de perder para a inflação de 1999 a 2002, caderneta deverá ter ganho em 2003, diz consultoria

Poupança volta ao azul após 4 anos

SÉRGIO RIPARDO
DA FOLHA ONLINE

Após perder para a inflação durante quatro anos consecutivos, a caderneta de poupança, considerada a aplicação financeira mais tradicional e popular do país, deve fechar 2003 no azul, oferecendo pequeno ganho real aos investidores.
De janeiro a novembro, o rendimento da poupança supera a inflação medida por dois índices: 3,2% em relação ao IGP-DI (Índice Geral de Preços, Disponibilidade Interna) e 2,2% na comparação com o IGP-M (Índice Geral de Preços de Mercado).
Ou seja, descontando a alta dos preços no período, a poupança conseguiu manter rentabilidade positiva, mas ainda insuficiente para cobrir as perdas dos anos anteriores (mais de 12% somente no ano passado).
Os dados foram divulgados pela Economática, consultoria especializada em informação financeira, que analisou o desempenho da poupança desde 1990.
A rentabilidade da caderneta segue a variação da TR (Taxa Referencial) mais juros de 0,5% ao mês. O desempenho positivo neste ano só foi possível devido ao recuo da inflação, obtido pelos juros elevados e pela economia estagnada, que inibem a alta dos preços. O governo subiu a Selic (taxa básica de juros) em janeiro e em fevereiro e só começou a cortar os juros em junho.
Nos 11 primeiros meses deste ano, a poupança rendeu 10,34% nominalmente (sem descontar a inflação). Para ter idéia, no mesmo período a principal carteira de ações da Bovespa acumulou rentabilidade de 77,6%, consolidando-se como o investimento mais rentável de 2003.
Os especialistas lembram que a poupança é uma aplicação mais segura, enquanto investir na Bolsa oferece mais riscos e exige monitoramento das tendências do mercado. Além disso, a poupança está isenta do Imposto de Renda. Além do ressarcimento da CPMF e da isenção do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), o poupador pode conseguir isenção de tarifas e até redução de juros no cheque especial, como acontece na Caixa Econômica Federal.
Apesar das vantagens, os saques nas cadernetas superaram os depósitos em quase R$ 14 bilhões neste ano, até outubro. Especialistas atribuem o movimento aos investidores que buscam rendimentos maiores. O governo já admitiu que busca formas de deixar a poupança mais atrativa.


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