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INVESTIMENTOS
Depois de perder para a inflação de 1999 a 2002, caderneta deverá ter ganho em 2003, diz consultoria
Poupança volta ao azul após 4 anos
SÉRGIO RIPARDO
DA FOLHA ONLINE
Após perder para a inflação durante quatro anos consecutivos, a
caderneta de poupança, considerada a aplicação financeira mais
tradicional e popular do país, deve fechar 2003 no azul, oferecendo pequeno ganho real aos investidores.
De janeiro a novembro, o rendimento da poupança supera a inflação medida por dois índices:
3,2% em relação ao IGP-DI (Índice Geral de Preços, Disponibilidade Interna) e 2,2% na comparação
com o IGP-M (Índice Geral de
Preços de Mercado).
Ou seja, descontando a alta dos
preços no período, a poupança
conseguiu manter rentabilidade
positiva, mas ainda insuficiente
para cobrir as perdas dos anos anteriores (mais de 12% somente no
ano passado).
Os dados foram divulgados pela
Economática, consultoria especializada em informação financeira, que analisou o desempenho da
poupança desde 1990.
A rentabilidade da caderneta segue a variação da TR (Taxa Referencial) mais juros de 0,5% ao
mês. O desempenho positivo neste ano só foi possível devido ao recuo da inflação, obtido pelos juros
elevados e pela economia estagnada, que inibem a alta dos preços. O governo subiu a Selic (taxa
básica de juros) em janeiro e em
fevereiro e só começou a cortar os
juros em junho.
Nos 11 primeiros meses deste
ano, a poupança rendeu 10,34%
nominalmente (sem descontar a
inflação). Para ter idéia, no mesmo período a principal carteira de
ações da Bovespa acumulou rentabilidade de 77,6%, consolidando-se como o investimento mais
rentável de 2003.
Os especialistas lembram que a
poupança é uma aplicação mais
segura, enquanto investir na Bolsa oferece mais riscos e exige monitoramento das tendências do
mercado. Além disso, a poupança
está isenta do Imposto de Renda.
Além do ressarcimento da CPMF
e da isenção do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), o
poupador pode conseguir isenção
de tarifas e até redução de juros
no cheque especial, como acontece na Caixa Econômica Federal.
Apesar das vantagens, os saques
nas cadernetas superaram os depósitos em quase R$ 14 bilhões
neste ano, até outubro. Especialistas atribuem o movimento aos investidores que buscam rendimentos maiores. O governo já admitiu que busca formas de deixar
a poupança mais atrativa.
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