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Procuradoria aciona C&A por trabalho irregular
Ministério Público vê uso indevido de cooperativa
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O Ministério Público do Trabalho em Bauru entrou com
ação pública contra a C&A,
uma das maiores redes de varejo do país, e três empresas
-Lorsa, CWR Indústria e Confecção e CWR Lavanderia e
Tinturaria- por supostamente
usarem mão-de-obra de falsa
cooperativa -a Cooperbrim.
Na ação, os procuradores pedem indenização de R$ 1,2 milhão (R$ 300 mil para cada empresa). Segundo os procuradores, a Lorsa, fornecedora da
C&A, subcontratava os serviços
da CWR, que, por sua vez, repassava o serviço para a cooperativa Cooperbrim. As duas últimas localizadas em Avaré.
"É uma cooperativa fraudulenta de trabalho. Pela lei do
cooperativismo, os cooperados
são todos parceiros e dividem
lucros e prejuízos. Na cooperativa, os trabalhadores recebiam
salário, estavam subordinados
a um chefe e batiam cartão. Ou
seja, o vínculo de trabalho está
claro", diz Marcus Vinícius
Gonçalves, um dos procuradores autores da ação.
Segundo ele, documentos
com especificação de como as
peças de marcas da C&A deveriam ser produzidas foram encontrados na Lorsa e na CWR.
Além da indenização, o MPT
pede que os trabalhadores sejam contratados pela CWR e
que a C&A não contrate mais
esse tipo de serviço por meio de
cooperativas, "mesmo que por
meio de empresas interpostas".
Outro lado
A Lorsa informou que não sabia que a cooperativa trabalhava de forma irregular e que vai
estudar as medidas que serão
tomadas em razão da ação.
Segundo a C&A, todos os
seus fornecedores são obrigados a fornecer a lista completa
de empresas subcontratadas
por eles. "A Socam [empresa
autônoma que faz auditoria nos
fornecedores] visitou a Lorsa
Jeans, seu fornecedor, que informou ter a CWR como uma
subcontratada. Por sua vez, a
CWR não informou ter relacionamentos comerciais com a
Cooperbrim. Sendo assim, a
C&A não teve conhecimento da
atuação da cooperativa na cadeia de fornecimento." A Folha
não localizou os responsáveis
pela Cooperbrim e CWR.
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