|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Opep faz maior corte de produção da história
Redução, porém, foi insuficiente para conter a desvalorização no preço do petróleo; barril recuou mais 8% em Nova York
Após atingir preço recorde
em julho, queda é de 72,4%,
ou US$ 105,23, dinheiro
suficiente para comprar
quase dez barris em 1999
DA REDAÇÃO
Com a queda de mais de 72%
no preço do barril em pouco
mais de cinco meses, a Opep
(Organização dos Países Exportadores de Petróleo) decidiu pelo maior corte na produção da história do cartel para
tentar estancar as perdas.
Ainda assim, a cotação continuou a cair e atingiu ontem o
seu menor valor em mais de
quatro anos.
Reunido na Argélia, o cartel
responsável por cerca de 40%
da produção mundial decidiu
cortar 2,2 milhões de barris
diários -a maior redução desde que foi criado o sistema de
cotas por países, em 1982. O recorde anterior era de 1,7 milhão
de barris, em 1999, logo após a
crise asiática, que derrubou o
preço para cerca de US$ 10.
Foi o terceiro corte desde setembro (os dois anteriores somavam cerca de 2 milhões de
barris por dia), reduzindo em
quase 15% a produção de petróleo do cartel na comparação
com a de três meses antes.
A redução superou as expectativas, mas já era esperado um
corte significativo depois que a
Arábia Saudita, o maior produtor mundial, anunciou anteontem que esperava por uma queda de 2 milhões de barris.
Ainda assim, o preço do barril continuou a cair, devido às
preocupações com a economia
internacional e à incerteza de
que o cartel realmente cumprirá sua promessa de corte -em
outras ocasiões, a Opep prometeu diminuir a produção, mas
vários dos seus membros não
cumpriram a decisão.
Em Nova York, a commodity
terminou o dia valendo US$
40,06 (menos 8,12%), a menor
cotação desde julho de 2004.
Após atingir preço recorde
em julho, o barril já perdeu
72,43% do seu valor, ou US$
105,23, dinheiro suficiente para comprar quase dez barris em
janeiro de 1999. Na época, apesar dos sinais da crise, a esperança era que os emergentes
conseguissem se descolar dos
países ricos e tivessem um forte
crescimento.
Desde então (especialmente
a partir da concordata do Lehman Brothers, em setembro), o
cenário mudou: a maioria dos
países avançados já está em recessão, e os emergentes se preparam para fortes desacelerações. Com isso, já se espera por
uma queda na demanda global.
Mesmo com o recuo, as ações
da Petrobras subiram 2%. Nos
EUA, as da ExxonMobil e da
Chevron se desvalorizaram.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Informática: Rumores sobre saúde de Jobs fazem ações da Apple cair 5% Próximo Texto: ANP licita 130 blocos fora da área do pré-sal Índice
|