São Paulo, quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

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Opep faz maior corte de produção da história

Redução, porém, foi insuficiente para conter a desvalorização no preço do petróleo; barril recuou mais 8% em Nova York

Após atingir preço recorde em julho, queda é de 72,4%, ou US$ 105,23, dinheiro suficiente para comprar quase dez barris em 1999

DA REDAÇÃO

Com a queda de mais de 72% no preço do barril em pouco mais de cinco meses, a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) decidiu pelo maior corte na produção da história do cartel para tentar estancar as perdas.
Ainda assim, a cotação continuou a cair e atingiu ontem o seu menor valor em mais de quatro anos.
Reunido na Argélia, o cartel responsável por cerca de 40% da produção mundial decidiu cortar 2,2 milhões de barris diários -a maior redução desde que foi criado o sistema de cotas por países, em 1982. O recorde anterior era de 1,7 milhão de barris, em 1999, logo após a crise asiática, que derrubou o preço para cerca de US$ 10.
Foi o terceiro corte desde setembro (os dois anteriores somavam cerca de 2 milhões de barris por dia), reduzindo em quase 15% a produção de petróleo do cartel na comparação com a de três meses antes.
A redução superou as expectativas, mas já era esperado um corte significativo depois que a Arábia Saudita, o maior produtor mundial, anunciou anteontem que esperava por uma queda de 2 milhões de barris.
Ainda assim, o preço do barril continuou a cair, devido às preocupações com a economia internacional e à incerteza de que o cartel realmente cumprirá sua promessa de corte -em outras ocasiões, a Opep prometeu diminuir a produção, mas vários dos seus membros não cumpriram a decisão.
Em Nova York, a commodity terminou o dia valendo US$ 40,06 (menos 8,12%), a menor cotação desde julho de 2004.
Após atingir preço recorde em julho, o barril já perdeu 72,43% do seu valor, ou US$ 105,23, dinheiro suficiente para comprar quase dez barris em janeiro de 1999. Na época, apesar dos sinais da crise, a esperança era que os emergentes conseguissem se descolar dos países ricos e tivessem um forte crescimento.
Desde então (especialmente a partir da concordata do Lehman Brothers, em setembro), o cenário mudou: a maioria dos países avançados já está em recessão, e os emergentes se preparam para fortes desacelerações. Com isso, já se espera por uma queda na demanda global.
Mesmo com o recuo, as ações da Petrobras subiram 2%. Nos EUA, as da ExxonMobil e da Chevron se desvalorizaram.


Com agências internacionais


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