|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Venezuela cogita novas expropriações
Governo Hugo Chávez sinaliza que rede de supermercado também de origem colombiana é novo alvo
DA REDAÇÃO
Um dia depois de desapropriar a cadeia de supermercados Éxito, de capital colombiano e francês, o governo venezuelano ameaçou fazer novas
expropriações por "especulação de preços". E uma rede de
supermercados, também de
origem colombiana, parece ser
o próximo alvo.
"Não estão descartadas novas expropriações porque temos que defender o povo. Não
podemos continuar permitindo que um grupo de empresários engane o povo", afirmou o
ministro do Comércio, Eduardo Samán. Segundo ele, o fechamento temporário das lojas
não se mostrou "efetivo" porque o comércio é multado, mas
volta a subir os preços.
O ministro também sinalizou
que o governo já tem um novo
alvo. Ele afirmou que a rede Cada, de capital colombiano,
"comporta-se pior que a Éxito,
porque não só remarca os preços como também especula
com os alimentos de primeira
necessidade e restringe a oferta
para criar uma sensação de desabastecimento".
"Diante dessa situação, não
nos resta outra alternativa que
não seja expropriá-los", afirmou o ministro em entrevista à
TV estatal.
Anteontem, o governo Hugo
Chávez desapropriou, por
"reincidência na especulação
de preços", a rede Éxito, que
tem capital colombiano e também participação do grupo
francês Casino (que é acionista
do Pão de Açúcar).
Em seu programa de televisão semanal, Chávez afirmou
que a Éxito "passou a ser da República" e que "não há retorno"
nessa decisão. Ele disse que a
cadeia de supermercados havia
sido punida na semana passada
com um fechamento por 24 horas por "remarcação de preços
e especulação".
Segundo o ministro do Comércio, uma geladeira que pode ser comprada no exterior
por US$ 300 a US$ 400 era vendida na Éxito por US$ 4.000, o
que, diz, é "roubo declarado".
No dia 8, Chávez anunciou a
desvalorização da moeda local,
o bolívar forte, pela primeira
vez desde 2005. O país passou a
ter duas taxas de câmbio (uma
para produtos como alimentos
e outra para bens como veículos), mas o controle cambial,
implantado em 2003, continua.
Com a desvalorização, os
preços no país, que já tem a
maior inflação da América do
Sul, dispararam.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Argentina ameaça reestatizar telefonia Próximo Texto: Varejo: Vendas no Brasil puxam resultado do grupo casino Índice
|