São Paulo, terça-feira, 19 de janeiro de 2010

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Venezuela cogita novas expropriações

Governo Hugo Chávez sinaliza que rede de supermercado também de origem colombiana é novo alvo

DA REDAÇÃO

Um dia depois de desapropriar a cadeia de supermercados Éxito, de capital colombiano e francês, o governo venezuelano ameaçou fazer novas expropriações por "especulação de preços". E uma rede de supermercados, também de origem colombiana, parece ser o próximo alvo.
"Não estão descartadas novas expropriações porque temos que defender o povo. Não podemos continuar permitindo que um grupo de empresários engane o povo", afirmou o ministro do Comércio, Eduardo Samán. Segundo ele, o fechamento temporário das lojas não se mostrou "efetivo" porque o comércio é multado, mas volta a subir os preços.
O ministro também sinalizou que o governo já tem um novo alvo. Ele afirmou que a rede Cada, de capital colombiano, "comporta-se pior que a Éxito, porque não só remarca os preços como também especula com os alimentos de primeira necessidade e restringe a oferta para criar uma sensação de desabastecimento".
"Diante dessa situação, não nos resta outra alternativa que não seja expropriá-los", afirmou o ministro em entrevista à TV estatal.
Anteontem, o governo Hugo Chávez desapropriou, por "reincidência na especulação de preços", a rede Éxito, que tem capital colombiano e também participação do grupo francês Casino (que é acionista do Pão de Açúcar).
Em seu programa de televisão semanal, Chávez afirmou que a Éxito "passou a ser da República" e que "não há retorno" nessa decisão. Ele disse que a cadeia de supermercados havia sido punida na semana passada com um fechamento por 24 horas por "remarcação de preços e especulação".
Segundo o ministro do Comércio, uma geladeira que pode ser comprada no exterior por US$ 300 a US$ 400 era vendida na Éxito por US$ 4.000, o que, diz, é "roubo declarado".
No dia 8, Chávez anunciou a desvalorização da moeda local, o bolívar forte, pela primeira vez desde 2005. O país passou a ter duas taxas de câmbio (uma para produtos como alimentos e outra para bens como veículos), mas o controle cambial, implantado em 2003, continua.
Com a desvalorização, os preços no país, que já tem a maior inflação da América do Sul, dispararam.


Com agências internacionais

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