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Sem EUA, Bolsa registra alta de 0,6% no pregão
Ações de petrolíferas são o destaque; dólar marca R$ 1,767
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Apesar da ausência do mercado norte-americano, fechado
pelo feriado em memória de
Martin Luther King, a
BM&FBovespa teve um dia positivo. Depois de operar em alta
durante todo o pregão, encerrou com valorização de 0,61%,
aos 69.400 pontos.
Quem deu sustentação ao resultado da BM&FBovespa foram as ações do setor petrolífero. O papel ordinário da OGX
Petróleo subiu 4,29%, sendo a
mais expressiva alta da Bolsa
ontem. Os papéis da Petrobras
também não decepcionaram
seus investidores: ganharam
2,23% (PN) e 2,27% (ON). Os
negócios realizados com as
ações das duas companhias representaram quase 29% do total movimentado ontem.
O volume negociado no pregão não foi pequeno devido ao
fato de ontem ter havido exercício de contratos de opções,
que giraram R$ 5,25 bilhões, cifra recorde. No total, a Bolsa
movimentou R$ 9,8 bilhões.
No melhor momento do dia,
o índice Ibovespa -que agrupa
as 63 ações nacionais mais negociadas- marcou elevação de
1,12%, indo aos 69.748 pontos.
A partir de hoje, com o balanço do Citigroup, a divulgação
dos resultados trimestrais do
setor bancário dos EUA tende a
monopolizar as atenções. Na
semana passada, os números
do JPMorgan decepcionaram.
"Na quarta-feira, teremos a
leitura dos resultados corporativos do principais bancos norte-americanos -Morgan Stanley, Bank of America Merrill
Lynch, Goldman Sachs e Wells
Fargo. Isso deve balizar o apetite por risco dos investidores",
afirmou a corretora Planner.
No mercado de câmbio, o dólar interrompeu uma sequência de cinco pregões de alta. Ontem a moeda norte-americana
fechou com baixa de 0,28%, cotada a R$ 1,767. Mas o dia teve
momentos de maior agitação,
tendo o dólar chegado a bater
em R$ 1,78 no teto de ontem.
Como a baixa do dólar não foi
muito elevada, a moeda estrangeira segue com alta acumulada, de 1,38%, neste primeiro
mês de 2010.
De sua parte, o BC manteve a
política de realizar leilão para
comprar dólares -mesmo com
o dia mais parado devido ao feriado nos EUA.
Com a falta de indicadores
econômicos internacionais de
maior peso, os investidores
brasileiros concentraram suas
atenções no boletim Focus e
nos números semanais da balança comercial.
Nas primeiras duas semanas
do ano, a balança registrou deficit comercial de quase US$ 1
bilhão -ou seja, as importações bateram as exportações.
Juros maiores
No boletim Focus -feito semanalmente pelo BC com os
bancos- apresentado ontem, o
que chamou a atenção foi a projeção para a taxa Selic no fim de
2010, que subiu para 11,25%.
Na última pesquisa, a expectativa estava em 11%. Uma semana antes, apontava 10,75%.
A taxa básica está em 8,75%.
Devido ao maior aquecimento
da economia brasileira e o crescente risco inflacionário, o
mercado está posicionado à espera de uma escalada dos juros.
A elevação da Selic é a principal
arma do BC para conter um indesejado aumento da inflação.
Diferentemente do que se
poderia esperar, a surpresa
com a nova elevação na previsão para a Selic não chegou a
agitar o mercado. O volume não
subiu e as taxas futuras permaneceram paradas nos principais contratos. Isso pode ser
um indicativo de que parte dos
investidores entende que
11,25% é um patamar muito
elevado. No contrato que vence
no final de dezembro, a taxa foi
de 10,26% na sexta-feira para
10,27% ontem.
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