São Paulo, terça-feira, 19 de janeiro de 2010

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Sem EUA, Bolsa registra alta de 0,6% no pregão

Ações de petrolíferas são o destaque; dólar marca R$ 1,767

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar da ausência do mercado norte-americano, fechado pelo feriado em memória de Martin Luther King, a BM&FBovespa teve um dia positivo. Depois de operar em alta durante todo o pregão, encerrou com valorização de 0,61%, aos 69.400 pontos.
Quem deu sustentação ao resultado da BM&FBovespa foram as ações do setor petrolífero. O papel ordinário da OGX Petróleo subiu 4,29%, sendo a mais expressiva alta da Bolsa ontem. Os papéis da Petrobras também não decepcionaram seus investidores: ganharam 2,23% (PN) e 2,27% (ON). Os negócios realizados com as ações das duas companhias representaram quase 29% do total movimentado ontem.
O volume negociado no pregão não foi pequeno devido ao fato de ontem ter havido exercício de contratos de opções, que giraram R$ 5,25 bilhões, cifra recorde. No total, a Bolsa movimentou R$ 9,8 bilhões.
No melhor momento do dia, o índice Ibovespa -que agrupa as 63 ações nacionais mais negociadas- marcou elevação de 1,12%, indo aos 69.748 pontos.
A partir de hoje, com o balanço do Citigroup, a divulgação dos resultados trimestrais do setor bancário dos EUA tende a monopolizar as atenções. Na semana passada, os números do JPMorgan decepcionaram.
"Na quarta-feira, teremos a leitura dos resultados corporativos do principais bancos norte-americanos -Morgan Stanley, Bank of America Merrill Lynch, Goldman Sachs e Wells Fargo. Isso deve balizar o apetite por risco dos investidores", afirmou a corretora Planner.
No mercado de câmbio, o dólar interrompeu uma sequência de cinco pregões de alta. Ontem a moeda norte-americana fechou com baixa de 0,28%, cotada a R$ 1,767. Mas o dia teve momentos de maior agitação, tendo o dólar chegado a bater em R$ 1,78 no teto de ontem.
Como a baixa do dólar não foi muito elevada, a moeda estrangeira segue com alta acumulada, de 1,38%, neste primeiro mês de 2010.
De sua parte, o BC manteve a política de realizar leilão para comprar dólares -mesmo com o dia mais parado devido ao feriado nos EUA.
Com a falta de indicadores econômicos internacionais de maior peso, os investidores brasileiros concentraram suas atenções no boletim Focus e nos números semanais da balança comercial.
Nas primeiras duas semanas do ano, a balança registrou deficit comercial de quase US$ 1 bilhão -ou seja, as importações bateram as exportações.

Juros maiores
No boletim Focus -feito semanalmente pelo BC com os bancos- apresentado ontem, o que chamou a atenção foi a projeção para a taxa Selic no fim de 2010, que subiu para 11,25%. Na última pesquisa, a expectativa estava em 11%. Uma semana antes, apontava 10,75%.
A taxa básica está em 8,75%. Devido ao maior aquecimento da economia brasileira e o crescente risco inflacionário, o mercado está posicionado à espera de uma escalada dos juros. A elevação da Selic é a principal arma do BC para conter um indesejado aumento da inflação.
Diferentemente do que se poderia esperar, a surpresa com a nova elevação na previsão para a Selic não chegou a agitar o mercado. O volume não subiu e as taxas futuras permaneceram paradas nos principais contratos. Isso pode ser um indicativo de que parte dos investidores entende que 11,25% é um patamar muito elevado. No contrato que vence no final de dezembro, a taxa foi de 10,26% na sexta-feira para 10,27% ontem.


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